Professora da UFPa é árbitra na ginástica artística nas Olimpíadas 2016

Foto Paulo Pinto - Fotos Públicas

O sonho de participar de uma olimpíada se tornou real para Andrize Costa, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA). Após mais de 30 anos dedicados à ginástica artística como atleta, pesquisadora, árbitra e, no último ano, como professora da Faculdade de Educação Física, ela é uma das três árbitras brasileiras entre os 40 que participam da gestão das competições do esporte nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, este ano. A pesquisadora diz que sua presença nas olimpíadas está ligada à sua carreira na ginástica e reforça que, na universidade, colegas e alunos ajudaram a chegar nos jogos. “A UFPA está aqui no Rio 2016 através de mim, por meio da representação da arbitragem na ginástica artística feminina. Contando com o apoio dos meus colegas e alunos da UFPA, tive que adiantar várias aulas para conseguir a liberação e poder trabalhar essas duas semanas nos jogos olímpicos”, conta.

Ex-ginasta leva experiência pessoal para as aulas na UFPA – Para Andrize Costa a vida no esporte começou cedo: Aos cinco anos ela iniciou os treinos como ginasta e venceu o campeonato brasileiro da modalidade em 2000, além de representar o País em competições internacionais. “É a concretização de um sonho estar representando meu país, não como ginasta, mas como árbitra, que tem uma função tão importante - que é fazer com que, no evento, dê tudo certo. Como professora, eu estudo a ginástica enquanto manifestação esportiva. E estar aqui observando a dimensão mundial do evento, deixa a gente emocionada e satisfeita. É a coroação de uma vida toda dedicada à ginástica que se torna realidade a partir de hoje”, se emociona.

A pesquisadora leciona a disciplina “Bases Teórico-Metodológicas da Ginástica Artística” no curso de Educação Física da UFPA e orienta seus alunos a partir dos movimentos – tão belos! – do esporte. “Essa experiência vai contribuir muito para o processo de ensino-aprendizagem, porque creio que o processo é por vias da ciência, da leitura, da escrita, mas a experiência é algo muito relevante também. E o que estou presenciando aqui hoje é algo único, singular, que com certeza vai ser repercutido em sala de aula, onde poderei contar para eles a experiência, fazendo com que eles olhem a ginástica de outra forma”, defende a professora.

Paraenses têm biótipo indicado para a prática da ginástica - Andrize Costa trabalha há quase um ano no Pará e reafirma que seu objetivo é iniciar, assim que possível, projetos de extensão sobre ginástica artística em Belém. Aliás, a partir de sua experiência com o esporte, ela conta que as mulheres paraenses podem ter facilidade com esta modalidade esportiva. “Hoje somos o estado que tem um potencial enorme, com o biótipo muito bom das paraenses para a prática da ginástica, mas temos poucos espaços – apenas dois em Belém - com os equipamentos apropriados para o treino da modalidade. A raridade está relacionada ao custo e ainda a falta de interesse, de quem invista no esporte. Infelizmente, assim, perdemos grandes talentos com um potencial humano enorme”, lamenta.

E quando as olimpíadas acabarem e a árbitra e pesquisadora tiver de voltar para Belém, uma parte dos jogos olímpicos virá na mala de volta para casa. “Acompanhar o meu olhar e o das ginastas brilhando por ter conseguido chegar ao maior evento do mundo: Essa experiência eu vou levar para as minhas aulas, para os meus alunos e, quem sabe, estender a prática da ginástica para a comunidade! Ultrapassar as fronteiras da universidade e buscar as pessoas ao redor para praticar o esporte”, planeja.

* Colaboração Ascom/UFPa