Unidade Móvel Senai - Elas foram atrás de novas oportunidade no mercado de trabalho |
Elas têm idades e profissões diferentes:
Lila Azevedo é bacharel em Direito. Graceli Nunes é professora de Língua
Portuguesa. Estela Costa é formada em técnica em radiologia e Adriana Corrêa é
assistente social. Mas, um único sentimento une essas quatro mulheres: o desejo
de voltar ao mercado de trabalho. Elas foram em busca da realização
profissional. Resolveram pôr a mão na massa, ou melhor, a mão na máquina.
Encontraram no curso de confecção industrial, uma saída para suas angústias. A
turma é formada por 17 pessoas, 16 mulheres e apenas um homem. A maioria tem
formação universitária. Eles frequentam a unidade móvel do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, Senai, em Ananindeua.
A advogada Lila Azevedo, é uma das mais
animadas com a nova vida que vem levando. Ela, que não se sentia realizada no
meio dos livros de Direito, conseguiu resumir o pensamento de cada uma das
pessoas que está ali buscando novas oportunidades no mercado de trabalho. “Foi
uma grata surpresa esse curso de costura industrial. A costura veio me
proporcionar uma nova descoberta. Essa capacidade de parar e ver a vida de
outro modo, com mais tempo pra tudo”, disse.
A advogada Lila foi em busca de mudança de vida |
No Brasil, o mercado de confecções está
em expansão. Porém, as empresas têxteis devem continuar neste ano com saldo
negativo na contratação de pessoal. Há estimativa de corte de 4 mil vagas. Mas,
quem disse que elas querem ser empregadas. Lila e as colegas têm o mesmo
objetivo: abrir o próprio negócio e transformar o tempo disponível em dinheiro:
“Eu quero montar um negócio com minha irmã, voltada para camisas customizadas.
Nós vivemos um momento no Brasil de empreendedorismo”. O trabalho da radiologista Estela Costa
é voltado para a conservação do meio ambiente. Ela transforma materiais que
seriam jogados no lixo em objetos recicláveis. “Eu faço puf, molduras de
espelhos, de quadros. Faço tecido em decupagem. Então, quando eu quero unir uma
coisa com a outra e com o efeito, aí a costura foi fundamental”.
A radiologista Estela Costa quer incrementar o trabalho que já realiza diariamente |
O curso de confecção industrial também chamou a atenção da assistente social Adriana Correa, que está formada há nove anos, mas que ainda não conseguiu exercer a sua profissão. Desempregada há três anos, ela pensa em mudar de ramo e assim conseguir a oportunidade de voltar ao mercado de trabalho. “Eu e a minha mãe, no caso, a ideia dela
é abrir um ateliê. Ela me convidou e esse era um sonho dela. Para mim é uma
oportunidade de voltar ao mercado de trabalho”, revelou a assistente social. Mesmo
quem está no mercado de trabalho, quer mudança. A professora Gracely da Silva
está quase aposentada. Quando parar de exercer o magistério, ela pretende
trabalhar no ramo da costura. Ideias não faltam. Uma delas é confeccionar
roupas para crianças. Um sonho a ser realizado. “Eu penso em ter um espaço para
que eu possa trabalhar com consertos ou com confecção de roupas de crianças,
que realmente é o que eu gosto de fazer. Ainda estou aprendendo. Quero ganhar
dinheiro com isso, aliás, o interesse de todo mundo é ganhar dinheiro com essa
área de confecção. Depois de me aposentar na área do magistério, quem sabe
trabalhar com costura e ganhar algum dinheiro”.
A professora Gracely da Silva pretende realizar um sonho |
* Reportagem e fotos: Celso Freire