Operações integradas combatem transporte clandestino de passageiros


 
Foto Ascom/Segup

O transporte intermunicipal de passageiros no Estado, principalmente o tema segurança, após o naufrágio da embarcação “Luar C” no último dia 7, no Rio Pará, às proximidades do município de Ponta de Pedras, no Arquipélago do Marajó, foi discutido pelos integrantes do Fórum Permanente de Transporte Intermunicipal de Passageiros do Estado do Pará, na tarde desta quarta-feira (14), na sede da Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon).

Na reunião foi definida a realização de fiscalizações extras, além das rotineiras, principalmente devido às festas de fim de ano. Outra deliberação foi sobre operações integradas de fiscalização. “A reunião proporcionada pelo Fórum de imediato permite avanços quanto à fiscalização do modal hidroviário. Ficou definido que, além das fiscalizações permanentes da Arcon, iniciaremos uma série de operações integradas com outros órgãos com o objetivo de fiscalizar portos e embarcações. Quem ganha com isso é o passageiro, desde que utilize sempre embarcações autorizadas pela Agência. Nunca é demais alertar sobre o perigo de se utilizar transporte clandestino”, adiantou Karim Zaidan, diretor de Normatização e Fiscalização da Arcon.

O trabalho integrado foi defendido pelo promotor de justiça do Ministério Público, Nelson Medrado, que abriu o encontro falando sobre como os órgãos envolvidos no setor hidroviário podem trabalhar de forma conjunta para solucionar o grave problema de embarcações e portos clandestinos em todo o Pará.

“Os órgãos sabem quais são esses portos e embarcações que atuam de forma irregular, mas essa informação precisa ser repassada ao público. É preciso que quem se utilize desses locais e barcos sejam alertados de que há uma irregularidade, e que isso poderá colocar a vida dele em risco”, frisou o promotor.

Segundo Nelson Medrado, “esse Fórum é muito importante por isso. Nós nos reunimos, falamos cara a cara, sem burocracia, e colocamos quais são as necessidades de todos e como os órgãos podem ajudar-se e agir de forma conjunta e ordenada. Vejo isso como uma forma de conseguir resultados imediatos em curto prazo e de forma ativa”.

O Fórum é um instrumento de integração de entidades ligadas ao setor de transporte no Estado, seja fluvial ou rodoviário, e tem representantes do Ministério Público do Estado, Arcon, Secretaria de Estado de Transportes (Setran), Companhia de Portos e Hidrovias do Pará (CPH), Grupamento Fluvial da Polícia Militar (GPFlu), Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), presentes na reunião.

Campanhas - A Arcon-PA atua no combate ao transporte clandestino de passageiros. “Já fazemos campanhas com panfletos e cartilhas junto aos usuários, mas vamos intensificar ainda mais, e direcionaremos a ação para mostrar quais são os clandestinos. E vamos reforçar para que os passageiros sempre procurem utilizar o transporte regulado”, informou Bruno Guedes, diretor geral da Arcon.

A campanha utilizará material informativo mostrando aos usuários os canais de informação dos órgãos e de denúncias, além de peças de rádio que serão veiculadas em rádios comunitárias dos municípios paraenses.

Notificações - A embarcação “Luar C” havia sido notificada pela Arcon duas vezes este ano. A primeira, no dia 14 de junho, no Porto Brilhante, em Belém, e em 11 de novembro no Porto Municipal de Ponta de Pedras, por realizar transporte de passageiros sem autorização, pois não estava regularizada.


Em 2016, fiscais da Arcon notificaram 41 empresas do modal hidroviário por transporte irregular de passageiros. Destas empresas, 11 solicitaram regularização à Arcon e já foram autorizadas a realizar o transporte hidroviário de passageiros, operando nos trechos solicitados.