No período de 24 de fevereiro a
1º de março, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da
Diretoria de Vigilância à Saúde, vai apoiar as programações carnavalescas
organizadas pelas gestões municipais no sentido de reforçar a prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis, como hepatites virais e HIV/Aids, e as
quatro provocadas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, zika, febre chikungunya
e febre amarela.
Para a mobilização preventiva
cujo slogan é “Neste carnaval, vamos acabar com a folia do mosquito”, a Sespa
vai distribuir dois milhões de camisinhas e 23.230 preservativos femininos,
além de 37 mil sachês de gel lubrificante, sendo a maioria encaminhada para
locais com maior concentração de foliões.
As ações ainda envolverão a
realização de testes rápidos para as DST’s, distribuição de folders e
orientações da prática sexual segura. Cartazes e banners, alertando para o
tema, devem ser distribuídos entre as equipes de instituições parceiras, blocos
carnavalescos e agremiações e expostos em locais de grande fluxo popular.
Com o apoio dos técnicos da
Coordenação Estadual de Hepatites Virais, da Coordenação Estadual de DST/Aids,
dos Centros Regionais de Saúde, das Secretarias Municipais de Saúde e dos
integrantes da Sociedade Civil, as ações acontecerão durante as mobilizações e
festas de carnaval promovidas em Mosqueiro, Marituba, Ananindeua, Benevides,
Santa Bárbara, Barcarena, Abaetetuba, Moju, Baião, Soure, Salvaterra, Bragança,
Cametá, Curuçá, Peixe-Boi, Salinópolis, Vigia, Marudá, Marapanim, Santarém e
Conceição do Araguaia. Para tanto, os dois primeiros dias da mobilização serão
reservados para deslocamentos de equipes e realização de articulações,
treinamentos e orientações aos profissionais de saúde e apoiadores que estarão
efetivamente em ação no período de carnaval.
Mosquito - Objeto de força tarefa
realizada pelo segundo ano consecutivo pela Sespa, o combate ao mosquito Aedes
aegypti visa lembrar os foliões sobre hábitos de higiene doméstica que são
essenciais para evitar a proliferação do inseto. As ações de carnaval
intensificarão o trabalho da Secretaria, que ao longo do ano trabalha em
conjunto com as 144 prefeituras para conter a proliferação do inseto.
Em 2017, até 15 de fevereiro, 384
casos de dengue foram confirmados no Pará, o que configura uma redução de quase
72% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.365
casos. Também até o momento, em todo o Estado, foram confirmados 152 casos de
febre chikungunya, outros 22 de zika e nenhum de febre amarela em humanos.
Casos de Aids e hepatites
Em nota técnica, a Sespa voltará
a focar a campanha carnavalesca nos jovens, pois em todo o Brasil, segundo
dados do Ministério da Saúde, o índice de Aids entre quem possui de 15 a 19
anos aumentou 30% de 2010 a 2014. No Pará, em 2015, 25 jovens desenvolveram
Aids nessa faixa etária e outros 61 foram diagnosticados com HIV. No ano
seguinte, 20 novos casos de Aids e 56 de HIV foram confirmados no Estado. De
uma forma geral, no Pará, só em 2016 desenvolveram Aids 506 pessoas e outras
718 descobriram ter o vírus HIV, somando todas as idades.
No entanto, a faixa etária que
predomina conviver com o vírus HIV no Pará está entre 20 e 34 anos, totalizando
1.343 casos somados de 2012 a 2016. No Estado, o número total de casos vem
oscilando em função das campanhas em favor do diagnóstico precoce, o que
favorece a qualidade de vida de quem descobre estar com HIV com percentuais
baixos de carga viral.
Em função do estímulo ao
diagnóstico precoce, os casos de hepatite têm diminuído no Pará. Em 2015, foram
1.102 casos da doença, dos quais 476 do tipo A, 386 do tipo B, 239 do tipo C e
um caso somando os tipos B e D. No ano seguinte, a totalidade de casos foi de
748, dividido entre 129 (A), 342 (B), 276 (C)
e um caso somando os tipos B e D. Este ano, até o momento, já são 17
casos confirmados de hepatites no Pará, dos quais 13 positivos para B, três
para C e um para o tipo A.
“Da infecção até a fase da
cirrose hepática, pode levar de 20 a 30 anos, em média, sem nenhum sintoma.
Campanhas como essa são feitas na tentativa de mudar este panorama”, explica
Cisalpina Cantão, coordenadora estadual de Hepatites Virais, ao informar ainda
que dois técnicos do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério
da Saúde estarão participando e conhecendo as ações que serão desenvolvidas
neste período. A estratégia faz parte das ações de enfrentamento das hepatites
na Região Norte.