Uma força-tarefa formada por servidores
estaduais civis e militares está em operação na rodovia BR-163, conhecida como
Cuiabá-Santarém, entre os municípios de Trairão e Novo Progresso, no sudoeste
do Pará, onde as chuvas transformaram parte da estrada em um grande atoleiro.
Cerca de dois mil caminhões estão
retidos por causa do problema, provocando um engarrafamento de mais de 50
quilômetros. A Prefeitura de Trairão decretou estado de emergência em cinco
comunidades: Jamaxin, Vila Planalto, Santa Luzia, Três Bueiras e Aruri, localizadas
naquele trecho da BR.
A força-tarefa do Estado foi enviada
pelo governador Simão Jatene para colaborar com o trabalho do governo federal,
a quem cabe a gestão das BRs. “A rodovia é federal, mas o Estado não é omisso”,
observou o Coronel Lima, subcomandante do Corpo de Bombeiros do Pará. “Nossa
ajuda é fundamental para mitigar as consequências. Além disso, o mais
importante é cuidar das pessoas”, afirmou.
Segundo o engenheiro Kleber Menezes,
secretário estadual de Transportes, a orientação do governador é para que o
Estado atue em duas frentes. Primeiro, como coadjuvante, na restauração do
tráfego na BR-163, em apoio aos agentes da Polícia Rodoviária Federal, da
Polícia Federal, do 53º Batalhão de Infantaria da Selva (presente no local com
70 homens), dos técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT) e da Secretaria Nacional de Defesa Civil. E segundo, como
protagonista, na mitigação dos impactos da interdição da rodovia junto às
comunidades locais. “No final das contas, compomos todos uma grande
força-tarefa - União, Estado e município -, empenhada em resolver a situação o
mais breve possível”, resume.
Equipes do DNIT estão procedendo à
recuperação emergencial da rodovia em seis pontos do trecho, onde, além da
estrada, há pontes em situação precária. A Polícia Rodoviária Federal e o
Exército fazem o ordenamento das carretas. Mas as chuvas não param e se
acumulam cada vez mais caminhões pesados, que tentam chegar aos cinco terminais
portuários da região de Miritituba, por onde escoa grande parte da produção de
grãos oriunda do Mato Grosso, e ônibus que fazem o transporte de passageiros.
Quatro agentes e dois oficiais da Defesa
Civil do Estado do Pará estão no local. Técnicos das secretarias de Transportes
e de Educação do Estado também compõem a força-tarefa. A Polícia Militar está
reforçando a segurança na área e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do
Pará, com apoio do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), monitora as
ocorrências na sala de situação criada no quartel do Corpo de Bombeiros, que
mantém contato permanente com outra sala de situação instalada no quartel do
CBM em Itaituba.
As equipes fazem o levantamento de danos
e ajudam na distribuição de água mineral e cestas básicas nas comunidades afetadas,
que sofrem com o desabastecimento. Duas cozinhas de campanha foram montadas ao
longo dos 50 quilômetros de interdição, para dar apoio aos caminhoneiros. O
Exército e o Graesp mantêm aeronaves de prontidão em Itaituba e Santarém, para
atuar caso seja necessário o resgate de pessoas da rodovia.