Sespa intensifica prevenção contra febre amarela na área do Utinga




Equipes de vacinação e de borrifação já estão atuando nas áreas próximas ao Parque Utinga, em Belém. Ao todo, cerca de 50 pessoas estão envolvidas nessa fase, buscando imunizar trabalhadores e moradores de áreas próximas, além de borrifar residências para garantir a eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

A ação faz parte do planejamento preventivo na área, criando um chamado “cinturão de proteção”, devido a morte de um macaco, cujos exames indicam ter sido causada por febre amarela, segundo laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC). Segundo o diretor do Departamento de Controle de Endemias da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Bernardo Cardoso, o trabalho é preventivo e necessário, mas não é motivo para alarmar a população. “Vale lembrar que ainda não temos nenhum caso de humano notificado com febre amarela neste ano. E para continuarmos com esse cenário, é preciso intensificar ações de prevenção como as que estamos tomando e que é feita sempre, especialmente quando temos casos em primatas não-humanos”, explicou.

No Pará, nos últimos dez anos, foram notificados oito casos de febre amarela. Somente no ano passado, 71.195 pessoas foram vacinadas no Pará contra a doença. Em 2015, foram imunizadas 80.230 pessoas. Este ano, até o momento, não há mortes a serem apuradas e tampouco pessoas internadas com sintomas da doença no Pará.

Febre Amarela - A título de recomendação, a Sespa orienta o mesmo que o Ministério da Saúde (MS) vem estimulando em todos os Estados: a de que toda pessoa que reside ou vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, que são áreas com recomendação da vacina contra febre amarela, deve se imunizar. Sendo assim, a vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e, no Pará, pode ser encontrada em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), que é mantida pelas prefeituras. As doses podem ser aplicadas a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.

Por sua vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto e devido ao atual cenário em Minas Gerais, o MS definiu a manutenção de duas doses da vacina no calendário oficial, sendo uma dose aos noves meses de idade com reforço aos quatro anos. Para pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses.

As vacinas não são recomendadas para grávidas, crianças com menos de seis meses, alérgicos a ovos e pessoas que vivem em áreas sem registro do vírus. Nos casos de pessoas com mais de 60 anos e pacientes com imunodeficiência, a administração da vacina deve ser condicionada à avaliação médica.

Ainda segundo o Departamento de Informática do SUS (DataSUS), mediante nota técnica da Sespa, a cobertura vacinal contra febre amarela em menores de 1 ano no Pará em 2010 se manteve dentro do padrão recomendado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que é de 100%.  Contudo, nos anos seguintes, observou-se uma redução dos percentuais de alcance, chegando a 87% em 2016.

Sintomas - Os efeitos da febre amarela sobre o corpo incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Tão logo surgindo esses sintomas, a Sespa recomenda que a pessoa procure especialista médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas.

A Sespa criou a Sala de Situação, instalada na travessa Padre Eutíquio, no setor de Vigilância em Saúde, para esclarecimentos de dúvidas da população e gerenciamento das ações de intensificação de combate ao mosquito da dengue. O contato é 4006-4857.


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