Dados do quarto Informe
Epidemiológico de 2017 emitido pela Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Vigilância em Saúde, apontam queda
de 66% nos casos de dengue no Pará em relação ao mesmo período do ano passado.
Até o dia 22 de março, o informe aponta o registro de 1.067 casos de dengue, 83
de zika e 1.073 de febre chikungunya no Estado.
O informe técnico detalha os dez
municípios que tiveram casos confirmados de dengue: Parauapebas (173), Marabá
(127), Anapu (106), Tucumã (88), Ourilândia do Norte (57), Novo Repartimento
(54), Tucuruí (51), Redenção (41), Novo Progresso (40) e Xinguara (35). Os dez
municípios com mais registros confirmados de febre chikungunya foram Xinguara
(306), Parauapebas (139), Jacundá (122), Canaã dos Carajás (81), Belém (72),
Novo Repartimento (72), Rio Maria (57), Marituba (51), Tucumã (37), Marabá (28)
e Redenção (05). Casos confirmados de zika foram registrados em Ourilândia do
Norte (27), Canaã dos Carajás (19), Rio Maria (09), Eldorado dos Carajás (06),
Curionópolis (03), Jacundá (03), Ananindeua (02), Belém (02), Marituba (02),
São Domingos do Araguaia (02).
Uma medida da Sespa que tem
ajudado no controle e vigilância de casos suspeitos é a Sala de Situação, que
articula parcerias com o Exército Brasileiro nas ações de combate ao mosquito
Aedes aegipty. Os soldados já estiveram em campo nos municípios de Tucuruí,
Marituba, Ananindeua, Belém, Marabá, Sapucaia, Rio Maria e Xinguara. Eles foram
treinados e capacitados para lidar com diversas situações junto à educação da
população.
Em todo o Estado, não houve
registro de mortes por dengue e zika este ano e nem em 2016, mas a Sespa
orienta que as Secretarias Municipais de Saúde informem no período de 24 horas
a ocorrência de casos graves e mortes suspeitas. A execução de ações contra as
doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegipty é de competência dos
municípios, que devem cumprir metas, entre as quais se recomenda a estabilidade
de agentes de controle de endemias capacitados para fazer visitas domiciliares.
Mobilização – Paralelamente, a
Sespa faz o monitoramento dos 144 municípios que receberam o incentivo do
Ministério da Saúde para vigilância, prevenção e controle da dengue, e
distribui às prefeituras inseticidas (larvicidas e adulticidas) para o
controle. Equipes da secretaria estadual também fazem visitas técnicas aos
municípios para assessoramento das ações do programa da dengue, além de apoiar
capacitação sobre as doenças causadas pelo Aedes aegypti.
Quando há necessidade, a Sespa
também faz o controle vetorial, como bloqueio de transmissão viral nas
localidades, e articula ações com órgãos municipais de saneamento e limpeza
urbana, tendo em vista a melhoria da coleta e destinação adequada de resíduos
sólidos. Também fazem parte das ações atividades de educação e mobilização,
visando a participação da população no controle da dengue.
Segundo o informe epidemiológico
emitido pelo Programa de Controle de Endemias da Sespa, não existe tratamento
específico para dengue, chikungunya e zika vírus. O tratamento é sintomático e
baseia-se em hidratação adequada, levando em consideração o estadiamento da
doença, segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, para decidir
condutas, bem como o reconhecimento precoce dos sinais de alarme. É importante
que os profissionais de saúde, sobretudo, os médicos, reconheçam precocemente
os sinais de hemorragia para a correção rápida com infusão de fluídos, bem como
a lista de medicamentos contraindicada em casos de suspeitos de dengue.
Febre Amarela – Até o momento, há
quatro casos de óbito-registro por febre amarela no Pará. O do garoto de 11
anos, que residia no município de Alenquer e estava internado no Hospital
Regional do Baixo Amazonas (HRBA) (confirmado na quarta-feira passada, 22 de
março), e esse de Monte Alegre, que já estava sendo investigado cerca de um mês
pelo Instituto Evandro Chagas (IEC). Outras duas mortes, oriundas do município
de Alenquer, ocorridas no HRBA foram confirmadas nesta terça-feira, 28, pelo
IEC - um garoto de 10 anos e um rapaz de 23 anos.
A Secretaria de Estado de Saúde
Pública (Sespa) informa que já recebeu do Ministério da Saúde cerca de quatro
mil doses de vacina contra a febre amarela para o município de Curuá, na região
oeste, como parte do plano emergencial de combate à doença, que vem sendo
executado pela governo do Estado. Nesta segunda-feira (27), as equipes de
agentes de saúde do município estiveram nas localidades Açaizinho, Maloca e
Fartura para aplicar a vacina.
Cidade cercada por regiões de
várzea, Curuá tem cerca de metade da população (estimada em 13.783 pelo IBGE em
2016) morando em áreas de floresta, com acesso difícil e demorado. A algumas
localidades só se chega de barco. Os trabalhos no município tem recebido o
apoio da prefeitura, no que tange ao estímulo para que agentes de saúde locais
sejam capacitados.
Por outro lado, profissionais de
saúde do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar chegaram a Curuá no último
domingo (26) para ajudar na vacinação, com o objetivo de atender todos os
moradores da zona rural, inclusive as comunidades desprovidas de postos de
saúde e escolas.
Combate ao mosquito – O plano
emergencial contra a febre amarela no oeste do Pará prossegue durante esta
semana nos municípios de Rurópolis, Óbidos, Oriximiná, Curuá, Alenquer e Monte
Alegre, localizados na área endêmica, onde foram registradas mortes de macacos
neste ano. Faz parte desse plano a cessão de um helicóptero do Estado e de um
avião do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) para atender eventuais
chamadas e urgências. O objetivo é garantir a vacina para as comunidades da
zona rural, a fim de combater a febre amarela silvestre, transmitida pelo
mosquito Aedes aegipty, o mesmo transmissor da dengue, zika e febre
chikungunya.
Além da vacinação, as equipes
orientam a população sobre a necessidade de combater o mosquito. Os cuidados
são os mesmos tomados na zona urbana, como evitar o acúmulo de água parada. Nas
áreas de floresta, no entanto, o desafio é ainda maior. Por isso, além de
orientar moradores, os agentes de saúde da Sespa reforçam a preparação dos
profissionais dos municípios para enfrentar o problema.