A atividade econômica
enfraquecida, aliada à perda de renda das famílias e ao aumento do desemprego
são fatores que têm contribuído para o crescimento do número de inadimplentes
no País. Segundo estimativa da
SerasaConsumidor, são cerca de 60 milhões de brasileiros com dívidas atrasadas,
somando R$ 270 bilhões.
De acordo com o advogado Arthur
Ongaro, do escritório Corrêa, Ongaro, Sano Advogados Associados - especializado
em cobrança, toda a turbulência econômica e política que vem se arrastando fez
a situação financeira de muitas famílias piorar, gerando inadimplência em
diversos setores. “Apesar de a demanda de empresas por serviços de cobrança ter
aumentado, a possibilidade de negociação com o credor é sempre possível”, diz o
advogado.
Ongaro explica que geralmente os
credores têm interesse em renegociar as dívidas e que cada caso é analisado
individualmente. “Fazemos um trabalho de conscientização do cliente que está
devendo, propondo a melhor solução para ambas as partes, sendo possível dilatar
o prazo para pagamento da dívida (resultando em parcelas menores), além da
própria renegociação do saldo devedor, por exemplo. É sempre recomendável que o
devedor converse com o credor antes de ter um título protestado”, afirma.
Não espere ficar com o nome
“sujo” para renegociar - Quando uma empresa protesta um título, significa que
ela registrou em um cartório de protesto que não recebeu o dinheiro que tinha
direito e ao protestar um título (como nota promissória, contrato, cheque ou
duplicata), a empresa notifica que o pagamento de uma dívida não foi feito – e
o devedor fica com o nome “sujo”. O advogado esclarece que o protesto é um ato
formal que prova a inadimplência e o descumprimento de uma obrigação gerada em
títulos, ou outros documentos de dívida. “Se o título venceu e a empresa
credora possui a documentação exigida, é possível fazer o protesto
imediatamente”, finaliza.
Dicas para negociar suas dívidas:
• Calcule o tamanho da dívida:
muitas vezes o devedor acha que não conseguirá resolver sua situação, o que não
é verdade. Com planejamento isso é possível, sim, e o primeiro passo é saber a
soma total das dívidas;
• Analise quanto pode pagar por
mês: sabendo quanto deve, reestruture suas finanças, colocando tudo no papel.
Depois disso você saberá exatamente quanto e quando será possível fazer a
proposta ao credor. Não se esqueça de calcular despesas com imprevistos (como
médico, dentista, remédios, etc);
• Contate a empresa para a qual
está devendo: ao contatar a empresa, procure pelo setor responsável por
negociações. Esclareça sua situação e proponha um plano de pagamento (parcela e
prazo);
• Negocie prazo, mora e juros: se
o devedor tem mais de uma dívida é importante saber o valor total devido, isso
para avaliar se há uma linha de crédito no mercado que tenha juros mais baixos,
pois às vezes vale a pena fazer uma nova dívida (mais barata) e liquidar todo o
restante.