Os produtores de soja devem ficar
atentos à terceira etapa do "vazio sanitário da soja", que vai de 1º
de outubro a 30 de novembro. Nesse período, os produtores rurais estão proibidos
de cultivar o grão. Essa etapa é voltada para as microrregiões de Tucuruí,
Santarém, Almeirim, Óbidos, Castanhal, Arari, Salgado, Belém, Cametá,
Bragantina, Furos de Breves, Portel, Guamá, Tomé-Açu, Itaituba (municípios de
Rurópolis e Trairão) e Altamira (com exceção dos distritos de Castelo de Sonhos
e Cachoeira da Serra).
A determinação visa controlar a
disseminação da doença ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora
pachyrhizi, capaz de provocar prejuízo de até 70% de perda na produção. A fim
de minimizar a possibilidade de proliferação da doença para a próxima safra,
implantou-se o vazio da soja. Dessa forma, sem a planta em campo, o fungo não
tem como proliferar.
Atualmente, o Pará possui 733
propriedades, com 1.640 unidades produtivas de soja cadastradas em 29
municípios. Como existem diferenças climáticas entre as regiões do Estado,
foram estabelecidas três etapas de vazio sanitário. Todas as microrregiões
precisam passar pelo período do "vazio da soja". Para fiscalizar o
vazio, diversas equipes da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará)
visitam as fazendas com plantação de soja, verificando se há planta viva.
O cumprimento do “vazio da soja”
é uma obrigatoriedade. Caso o produtor não cumpra o que determina a Portaria da
Adepará 911/2017, poderá ser multado em até R$ 20 mil por Unidade Padrão Fiscal
(UPF).
Segundo o diretor geral da
Adepará, Luiz Pinto, é importante a Agência trabalhar o controle e manejo das
pragas e das doenças, para quebrar o ciclo de ataque a cada vegetal.
"Existe um trabalho técnico e de orientação para que todos os produtores
façam a destruição das plantas, e para que não plantem durante o período do
vazio", informou o diretor.
Estratégia - O vazio sanitário é
o período de ausência total de plantas vivas de soja, excluindo-se as áreas de
pesquisa científica e de produção de semente genética, devidamente monitoradas
e controladas. A medida adotada é uma estratégia para proteção contra a
ferrugem asiática da soja. É uma medida fitossanitária recomendada pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que orienta a eliminação do
hospedeiro - a soja - para reduzir o fungo causador da doença, que provoca
queda das folhas e prejudica a formação dos grãos, reduzindo drasticamente a
produtividade das lavouras.
O gerente de Programas de Pragas
de Importância Econômica da Adepará, Wilson da Silva, garantiu que destruir a
plantação não gera prejuízo ao produtor. “O vazio sanitário vai reduzir o
impacto negativo causado pela doença. O produtor terá menos gastos com
defensivos agrícolas, e mais chance de total aproveitamento da safra”, afirmou.