Susipe discute importância da assistência religiosa a detentos



Discutir a importância da assistência religiosa no sistema prisional como ferramenta de ressocialização foi o objetivo do I Congresso Norte Nordeste de Capelania, promovido pela Associação Beneficente de Capelania Social (Abecas), em parceria com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe). O evento ocorreu no Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (CIIC), em Belém.

A programação foi aberta com a apresentação do Coral Timbres, formado por 18 internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF), e quatro da Central de Triagem Metropolitana II (CTMII), além de dois detentos do Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC). O grupo é coordenado pela maestrina Vera Santos.

O diretor de Reinserção Social da Susipe, Ivaldo Capeloni, ministrou palestra sobre a importância da assistência religiosa no cárcere. “Cerca de 30% dos detentos custodiados pela Susipe participam de atividades religiosas dentro do cárcere, e todo o trabalho feito pelas igrejas é realizado de forma voluntária. Então, isso é de fundamental importância para o início do trabalho de recuperação dessa pessoa, para que ela volte ao convívio da sociedade. Hoje, temos 503 pessoas, de várias instituições religiosas, que nos ajudam a fazer a assistência religiosa dentro das unidades prisionais”, informou o diretor.

Diferença - Para o detento Josimar Ferreira de Oliveira, custodiado no Centro de Recuperação do Coqueiro, a assistência religiosa dentro do presídio foi o ponto de partida para recomeçar a vida. “Quando eu fui preso foram as atividades religiosas que fizeram toda a diferença para que a minha forma de ver as coisas mudasse. Eu era uma pessoa quando entrei, e hoje as mudanças são bem significativas. E até mesmo em relação a minha família mudou. Hoje eu tenho outro comportamento, e eles estão muito felizes de ver a pessoa que me tornei”, disse Josimar de Oliveira.

A parceria da Capelania Carcerária com a Susipe existe há sete anos. Para Janildo Monteiro, presidente da Abecas, o trabalho dentro dos presídios não é apenas religioso, pois também envolve cursos de qualificação profissional.

“Nosso trabalho nas unidades prisionais é transformar vidas, e nada melhor do que aproximar as pessoas de Deus. Mas nós também pensamos em como elas irão se sustentar e as famílias quando ganharem o direito à liberdade. Então, nós oferecemos cursos profissionalizantes aos detentos, para que eles possam ter oportunidades, e não procurarem mais o mundo do crime”, ressaltou Janildo Monteiro.

Garantido em Lei - A prestação de assistência religiosa nas unidades penais é um dever do Estado e uma garantia do preso, pois a Constituição Federal garante ao detento a liberdade à assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.

A Lei de Execução Penal assegura também aos internos a assistência material, de saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. Assim, a religião se torna um instrumento eficaz para influenciar positivamente a vida de internos do sistema penal e colaborar diretamente para seu retorno à sociedade, sem reincidência criminal.


Related Posts: