Festival ‘Música e Poesia’, da Vivo, traz Milton Nascimento a Belém



Música e poesia. Essas duas expressões artísticas que caminham lado a lado são o norte da terceira edição do Festival de Música e Poesia, apresentado pela Vivo, que acontece dia 14 de outubro, no Hangar, em Belém. E em 2017 a organização traz Milton Nascimento, um símbolo perfeito da conexão entre os dois elementos que são o tema do projeto.

Mas “Bituca”, apelido carinhoso de Milton, não vai estar sozinho no palco principal. Para dar ainda mais voz à poesia no palco, a sonoridade inconfundível do bandolinista Hamilton de Holanda se junta às composições da poetisa Conceição Evaristo, e trazem neste espetáculo o "coração na ponta dos dedos” e a "arte da escrevivência". E, para fechar a programação com importantes nomes paraenses, Natália Matos e Chico Salem fazem show juntos no Festival, e Olivar Barreto apresenta o espetáculo “Esse Ruy é minha rua”, com letras de Ruy Barata.

A intenção do Festival é trazer a Belém grandes nomes da Música e Poesia do Brasil, fazendo com que o Estado do Pará conheça um pouco mais deste movimento que já acontece nas grandes capitais brasileiras. A iniciativa também dá destaque a novos e consagrados artistas que movimentam a cena musical paraense.

Milton Nascimento apresenta seu novo trabalho para o público de Belém, “Semente da Terra”. Inspirado nas lideranças espirituais da nação Guarani Kaiowá, o álbum, que leva o nome de batismo indígena do cantor, é justamente sobre a conexão de “Bituca” com as suas raízes e é encontro consigo que o artista explora no seu retorno aos palcos.

Para Hamilton de Holanda, cada vinda à Belém é uma emoção diferente. “O ambiente amazônico me deixa com os sentimentos à flor da pele. O povo é acolhedor e a cultura local é de uma força enorme. Sempre que vou, levo alguma novidade musical, é como um escambo cultural. Levo do meu melhor e ganho uma visão mais ligada à natureza e à beleza no ser humano, que muito me enriquece”, descreveu.

O Festival recebe incentivo da Lei Semear, Fundação Cultural do Pará e Governo do Estado, e também da Lei Tó Teixeira, Fundação Cultural de Belém e Prefeitura de Belém. O patrocínio é da Vivo, que promove e incentiva projetos pautados na democratização do acesso e na valorização da cultura brasileira. A realização é da Sonique Produções em parceria com a Link Produtora.

Música e poesia paraenses

Também vão subir ao palco artistas locais que dedicam parte de seu trabalho na música à poesia. Natália Matos lançou seu primeiro disco em 2014. O álbum, homônimo, tem como referência seu universo: Belém, e foi considerado um dos 30 melhores discos do Brasil no seu ano de lançamento pelo site internacional Beehype – Best Music Around The World. Atualmente, Natália trabalha no segundo álbum, produzido por Léo Chermont (banda Strobo) e tem a direção artística de Carlos Eduardo Miranda.

No repertório do Festival, músicas do primeiro disco e músicas inéditas, além de canções do parceiro com quem ela vai dividir o palco, Chico Salem. “Eu estou muito feliz com o show e nós queremos fazer essa noite ser mágica no Hangar, que já vai estar sensibilizado com a vinda do Milton. Vamos cantar também sucessos de Luiz Melodia, Belchior e Cartola”, antecipou.

Já o intérprete paraense Olivar Barreto apresenta o show “Esse Ruy é minha rua”, seu segundo disco – o primeiro foi “Olivar Barreto” (2002), no qual o cantor monta um caleidoscópio de impressões da música paraense. No último trabalho, o cantor dá voz à poesia menos conhecida de Ruy Barata, o que resulta em 13 faixas musicadas por Edyr Proença, Kzan Gamma, Paulo André Barata, Galdino Pena, De Campos Ribeiro, Saint Clair du Baixo.

Ouvinte de música brasileira desde a infância, Olivar bebe em vários fontes e gêneros musicais e revela: o momento será especial para a sua carreira. “Minha expectativa é a melhor possível, primeiro porque se trata de um Festival sobre Poesia e Música, então estarei cantando para um público que está buscando isso. Fora que é uma honra cantar em um Festival que vai trazer Milton Nascimento e Hamilton de Holanda”, diz o cantor.

Milton Nascimento

O cantor, que completa 75 anos dia 26 de outubro, traz no repertório da noite do Festival de Música e Poesia clássicos de diversas fases da carreira de Milton, incluindo o histórico “Clube da Esquina” (1972), que completa 45 anos em 2017, mesmo ano dos 50 de "Travessia".

Na escolha das músicas, forte conotação política e social, com um apanhado do que foi mostrado nas três últimas turnês: "Uma Travessia" (2012), "Linha de Frente" - em parceria com Criolo (2014), e "Tarde" (2015). “Milagres dos Peixes”, “Terceira Margem do Rio” e “Lágrimas do Sul” dividem espaço com canções de trabalho como “Canção do Sal” e “Caxangá”, além de composições criadas ao lado de Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Márcio Borges, Chico Buarque e Caetano Veloso.

Para acompanhá-lo, uma banda formada pelo violonista Wilson Lopes, que também cuidou da direção musical do show; seu irmão Beto Lopes (violão sete cordas); Lincoln Cheib (bateria); Alexandre Ito (contrabaixo); Bárbara Barcellos (cantora de Minas Gerais); Kiko Continentino (piano) e Widor Santiago (metais).

Hamilton de Holanda e Conceição Evaristo

O encontro entre o premiado bandolinista Hamilton de Holanda e a escritora mineira Conceição Evaristo nasceu de um convite da Semana de Arte de São Paulo com a finalidade de abordar as culturas diaspóricas africanas na pluralidade das artes brasileiras. Na prática, ao transitar pela nossa história e a evolução do respeito e dignidade, as melodias falaram mais alto, transcendo a cor da pele para mergulhar no encontro de almas, entre a escritora e o bandolinista.

No meio desse processo de criação, os poemas, assim como as notas, têm ritmo. O show é sobre improviso e beleza. De um lado, o impressionismo de Hamilton, e do outro, Conceição, autora cuja obra é marcada pela condição de mulher negra, mas também pelo desencontro, a dor, a alegria, a superação, o autoconhecimento.

O Festival

A primeira edição do Festival de Música e Poesia ocorreu em outubro de 2009, no Theatro da Paz, com participação do grupo de Teatro do Pará “Verbus”, e do encontro dos artistas e poetas Paulinho Moska e Nilson Chaves. Em 2011, o Festival chegou à segunda edição, mudou-se para o Hangar e trouxe o músico carioca Marcelo Camelo e a banda paraense La Orchestra Invisível, além de DJs locais. Nesta edição, é a vez de subir ao palco Milton Nascimento, Hamilton de Holanda e Conceição Evaristo, Natália Matos e Chico Salem, e Olivar Barreto.

Serviço:

Festival de Música e Poesia, dia 14 de outubro, a partir das 20h, no Hangar. Ingressos à venda no aplicativo Bilheteria Digital e site Bit.ly/IngressoMusicaEPoesia, e também nas lojas É Show do Boulevard Shopping e Parque Shopping, loja Bonita Cosmética do Shopping Pátio Belém, loja Empório da Beleza do Castanheira Shopping e Espaço Cultural do Bosque Grão Pará. Mais informações no telefone (91) 98082-1540.




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