O que antes eram apenas
recordações foi possível realizar com as crianças da nova geração a partir das
oficinas de resgates e revitalizações de grupos de pássaros e bichos juninos
paraenses. Elas foram realizadas desde outubro e encerram em dezembro com
apresentações dos grupos na Ilha de Caratateua. O projeto, selecionado por meio
de edital cultural, conta com o patrocínio do Banco da Amazônia e tem incentivo
da Lei Rouanet. Alguns grupos já se apresentaram, encantando quem antes só
rememorava os bons tempos dos Pássaros juninos por fotos ou lembranças na
memória, como era o caso do Pássaro Japiim, do Mestre Mico, do município de
Baião, parado há 30 anos.
“Ficamos muito felizes com a
presença das pessoas da comunidade de Baião durante as oficinas, realizadas no
mês de outubro. Saímos da cidade com a certeza de que o Japiim retornará às
ruas para alegrar o seu povo e para fortalecer a nossa cultura paraense que é
tão rica e estava se perdendo”, afirma a guardiã do Cordão de Pássaro Junino
Colibri de Outeiro, Laurene Ataide, que é a coordenadora do projeto das
oficinas de resgates. “Foi uma grande felicidade ver o grupo renascer e com
essa molecada nova, fortalecendo a nossa cultura popular”, conta animado o
Mestre Mico, fundador do Japiim.
Quem também passou pela oficina
de resgate foi o Urubu, da guardiã e professora Nailce Ferreira, em Outeiro. “O
grupo surgiu a partir de uma oficina que realizei em 2015 junto aos alunos do
ensino fundamental da escola pública Helder Fialho. Tivemos várias reuniões
preparatórias, fizemos a entrega de material e instrumentos musicais. Estamos
ansiosos para ver o resultado da oficina que será dia 26, próxima terça-feira,
às 18 horas, na comunidade do Fidélis. Contamos com a presença da criançada
para se divertir com o Urubu”, conta a atriz, produtora artística e brincante
do Colibri, Thayres Pacheco, que é uma das integrantes da equipe do projeto das
oficinas de resgate e revitalização de grupos de pássaros e bichos juninos.
O objetivo do projeto é
preservar, revitalizar, resgatar e divulgar uma das maiores expressões da
cultura de tradição popular genuinamente paraense: as brincadeiras de Pássaros
e Bichos do Pará e vem conseguindo ter êxito em todas as suas edições, já que
90% dos grupos que participam das oficinas voltam à ativa. Os grupos que
participaram receberam oficinas de confecção de indumentárias; iniciação
teatral; iniciação ao canto, além de oficinas de música e até mesmo violões.
“Fizemos o resgate de grupos que
já estavam em processo de ‘extinção’, digamos assim, porque há muito tempo já
não se apresentavam, além da revitalização de
grupos que continuam ativos. Resgatamos o Cordão de Bicho Leão Dourado,
do guardião Paulo da Ilha de Cotijuba; os Cordões de Pássaros Japiim, Urubu e a
revitalização do Cordão de Pássaro Colibri, antigo Beija Flor da guardiã
Teonila, que nasceu em Icoaraci e do Pássaro Pipira da Água Boa, de Outeiro.
Todas as oficinas culminam com apresentações gratuitas nas comunidades”,
ressalta a coordenadora do projeto.
SERVIÇO:
Agenda de apresentações:
• Dia
23/12, sábado: Cordão de Pássaro Colibri de Outeiro, na Comunidade Santo Antônio,
às 18 horas, na sede da Associação Folclórica e Cultural Colibri de Outeiro, na
Rua Tito Franco;
• Dia
26/12, terça: Grupo Urubu, na Comunidade de Fidélis, às 18 horas, em Outeiro;
• Dia
27/12, quarta: Encerramento com a apresentação do Pássaro Pipira da Água Boa,
às 18 horas, na Comunidade de Água Boa, em Outeiro.