Uma das maiores apostas do
Governo do Pará para o desenvolvimento econômico do Estado, desperta cada vez
mais interesse de empresas estrangeiras. Agora são os espanhóis. Na manhã desta
sexta-feira (15), o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e
Energia, Adnan Demachki, esteve com representantes da AVZI, multinacional
espanhola especializada em infraestrutura, com sede em Sevilha.
A empresa espanhola foi criada em
1925. Inicialmente dedicou-se ao setor de obras ferroviárias. Ao longo do
tempo, suas atividades foram ampliadas para outras áreas (rodovias, portos e
aeroportos), em países além da Espanha, como Portugal, Chile, México, Brasil e
Romênia.
“O primeiro passo desse projeto
já foi dado pelo Governo do Pará. O interesse político é óbvio e com todos os
esforços que já foram feitos em prol da ferrovia”, comentou Henry Jacques
Klein, do departamento comercial da AZVI.
Já o diretor da AZVI, José Manuel
Martinez, coletou as primeiras informações do projeto. Ele também recebeu do
titular da Sedeme os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental,
concebido pela Pavan Engenharia que liderou um pool de outras empresas. O
executivo espanhol vai criar um grupo de trabalho para estudar o projeto e, em
janeiro, retoma as conversas com o Governo do Estado.
O que tem colaborado para atrair
investidores, diz Demachki, além da viabilidade econômica do projeto que
transportará cargas e passageiros do Pará e do Brasil, foi o cuidado do Governo
quanto ao respeito às leis ambientais e às comunidades tradicionais. “A
ferrovia não passará por áreas indígenas ou quilombolas, nem em florestas
densas ou áreas de preservação. Essas sempre foram algumas das preocupações do
Governo do Estado, de ter um empreendimento que respeitasse as comunidades
tradicionais e com o menor impacto possível”, atestou o secretário.
José Maria Mendonça,
vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), também
participou do encontro.
O projeto – A Ferrovia Paraense
cortará o Estado de Norte a Sul em 1.312 quilômetros, conectando-se com a
Ferrovia Norte-Sul, permitindo que esta chegue até o Porto de Barcarena, que no
Brasil é o mais próximo dos grandes mercados consumidores como China, Europa e
Estados Unidos.
O custo do projeto é estimado em
R$ 14 bilhões, considerando investimentos na construção da própria ferrovia e
de entrepostos de carga. A interligação da Ferrovia Paraense com a Norte-Sul,
num trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará (PA) e Açailândia
(MA) – trecho final da Norte-Sul – abre caminho para uma nova alternativa de
escoamento de carga em um porto paraense, e é um dos atrativos do projeto para
a iniciativa privada. A Ferrovia Paraense cruzará 23 municípios paraenses e
terá capacidade de carga de até 170 milhões de toneladas/ano.