A chuva que caiu na manhã desta
segunda-feira, 26, em Belém e outros municípios da região nordeste do Estado,
não afetou as bacias localizadas em Barcarena, segundo do Governo do Estado. No total foram registrados 53
milímetros de chuva, desde o final de semana. “Não houve qualquer transbordamento
ou mais prejuízos”, explicou o capitão Marcelo Santos, do Corpo de Bombeiros.
Enquanto isso, as ações do
Governo do Estado nas comunidades afetadas pela contaminação constatada pelo
Instituto Evandro Chagas (IEC), no entorno da área de atuação da empresa Hydro,
continuam. Até o momento, 893 galões de água potável foram entregues a 399
famílias da região. O abastecimento será semanal e a quantidade varia em função
do número de pessoas residentes em cada casa, com média de uma unidade de 20
litros para cada duas pessoas.
No total foram registrados 53
milímetros de chuva no final de semana, sendo que a bacia comporta até 138
milímetros. “Atualmente a indústria suporta até 138 milímetros cúbicos de
chuva, por isso as bacias estão operando para voltar à normalidade, não houve
qualquer transbordamento”, completou o capitão Marcelo Santos.
Ao todo, 30 profissionais da
saúde, além de 16 assistentes sociais e da Defesa Civil, entre outros
profissionais do Estado e Município, estão atuando nos últimos dias nas
comunidades de Bom Futuro, Vila Nova e Bujaruba. As equipes estão em campo para
mapear e identificar as necessidades das famílias que residem nesses locais e
que tipo de impacto elas podem ter sofrido.
"Estamos em situação de
alerta pelo menos até o final do mês. A previsão é que 600 famílias sejam
atendidas, mas nossa atuação depende também dos resultados dos laudos de
instituições competentes sobre o nível de contaminação. Estamos à disposição
para dar suporte à comunidade no que for preciso", afirmou a major Ciléa
Mesquita, chefe da Divisão de Apoio à Comunidade da Defesa Civil do Estado.
Técnicos da Secretaria de Estado
de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) estão no município para fazer o
monitoramento dos níveis das bacias do sistema de tratamento dos rejeitos da
bauxita nas instalações da Hydro. No sábado (23), a equipe aplicou novas
notificações reiterando os pedidos de outras instituições que visam à proteção
da saúde dos moradores, para mitigar os problemas já causados ao meio ambiente
e evitar novas ocorrências.
Entre os pedidos está a garantia
de distribuição de água para as comunidades que foram contaminadas; a indicação
de representantes da empresa para acompanhar as vistorias que passarão a ser
realizadas diariamente; imagens das câmeras do dia do incidente para saber o
que houve de fato; e um diagnóstico ambiental da área (de solo e da água -
superficial e subterrânea).
"Vamos montar equipes para,
de duas em duas horas, avaliar o nível das bacias e ver se há possibilidade de
transbordamento. Em caso de chuva o monitoramento será feito de uma em uma
hora", explicou a geóloga da Diretoria de Licenciamento Ambiental da
Semas, Rejiane Santos.
Ação conjunta
Para minimizar os impactos à
população e ao meio ambiente, o Governo do Estado criou um Grupo de Trabalho,
após determinação direta do governador Simão Jatene, logo após a divulgação do
laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC), sobre a qualidade da água coletada nas
imediações da área onde ficam localizadas as bacias de resíduos da refinaria.
No local ficam centralizadas todas as informações de órgãos estaduais e municipais
envolvidos. Todos os dias, pelo menos três vezes, os agentes participantes, a
empresa e a própria comunidade, se reúnem para repassar informações
atualizadas.
Entre as entidades atuantes estão
as Secretarias de Estado de Saúde Pública (Sespa), de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas) e de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia
(Sedeme), além da Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codec), Defesa Civil
do Estado e Procuradoria Geral do Estado, incluindo peritos do Centro de
Perícias Científicas Renato Chaves.