Imagem mostra um homem pescando com rede No Pará, a UNAMA foi uma das instituições escolhidas para auxiliar no desenvolvimento de pesquisas |
O Ser Educacional, um dos maiores
grupos de educação superior privada do Brasil, firmou parceria com a
Organização Não Governamental (ONG) Rare, uma entidade internacional que
investe na capacitação e formação educacional de moradores de diversos locais
que precisam de conservação ambiental ao redor do planeta. No Pará, a
Universidade da Amazônia (UNAMA), mantida pelo Grupo, foi uma das instituições
escolhidas para auxiliar no desenvolvimento de pesquisas que propõem soluções
inovadoras nesta área.
O estudo em questão é o
“Monitoramento dos Recursos Pesqueiros em Parceria com Comunitários”, que busca
levantar informações da pesca artesanal e biologia das espécies exploradas,
visando trabalhos sustentáveis. A pesquisa engloba as Reservas Extrativistas
(RESEXs) dos municípios de Soure, São João da Ponta, Curuçá, Bragança e Viseu.
Fortalecer as áreas de acesso exclusivo, cobrindo quase 700 mil hectares,
estabelecer zonas de recuperação pesqueira e aumentar o padrão de vida para
aproximadamente 7.500 famílias ajudando-as a ter acesso a novas oportunidades
de negócios são alguns do objetivo finais do estudo.
Em função disso, na última
sexta-feira (16), foi realizado um evento para mostrar aos representantes
comunitários das RESEXs um pouco do trabalho que os pesquisadores fazem nos
laboratórios, com os recursos pesqueiros explorados nas comunidades. “A nossa
intenção é aproximar os comunitários da pesquisa, inseri-los e torná-los
parceiros de fato nesse projeto”, comenta o coordenador da pesquisa e professor
do curso de Biologia da UNAMA, dr. Mauro Tavares.
De acordo com o pesquisador, o
projeto pretende fazer estudos em nível de desembarque pesqueiro, produção,
densidade dos recursos, biomassa, variações espaciais e sazonais. Entre os
animais que farão parte da pesquisa estão caranguejo-uçá, camarão regional e
peixes conhecidos como pescada amarela e tainha. “A manutenção do equilíbrio
ecológico e pesqueiro da região depende do conhecimento que a comunidade possui
em relação aos seus próprios recursos. Vamos ajudar esta população a avaliar as
suas produções e orientá-la quanto ao manejo adequado das espécies”, detalha.
O projeto de pesquisa está em
fase inicial, em que estão sendo feitas coletas de informações que devem
perdurar por aproximadamente 18 meses. Além dos comunitários, as atividades
contam com a participação de pesquisadores da Universidade Federal do Pará
(UFPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), apoio do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e também de acadêmicos
do curso de Biologia da UNAMA, na condição de bolsistas e voluntários.
Quanto a participação dos
universitários, Tavares acredita que a pesquisa tenha uma grande relevância
para a sua formação. “Isso impacta de maneira valiosíssima, pois a inserção dos
estudantes na iniciação científica os coloca de fato na pesquisa, inserindo-os
em uma área que por vezes é restrita e criando possibilidades de continuidade
na vida acadêmica através da pós-graduação”, defende.
A parceria entre o Ser
Educacional, a UNAMA e a Rare surgiu por meio de contato pessoal do presidente
da ONG no Brasil, Luís Lima, e foi consolidada em função de um convênio
estabelecido com a Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia
(FIDESA). A entidade fez um mapeamento das principais localidades da Amazônia
em que poderia atuar. A princípio, o projeto está voltado para os estudos das
Ciências Biológicas, mas pretende expandir para as Ciências Humanas.