Especialista explica os reflexos do câncer de mama na amamentação

Foto: Olga Penteado - Saúde é vital

Para muitas mulheres, ser mãe é um sonho. Um desejo que acarreta grandes conquistas e responsabilidades, uma delas é a amamentação. Este mês de agosto é dedicado ao Movimento Mundial em prol do Aleitamento Materno, a diretora técnica da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia Dr. Vitor Moutinho (Unacon), Miriam Cristina Cenachi, destaca os reflexos do câncer de mama na amamentação. Na Unacon, o câncer de mama vem ocupando o quarto lugar no ranking de ocorrências na região, com 14% de incidência.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no Pará, a taxa de incidência estimada é de 20 casos para 100 mil habitantes. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há uma estimativa de 830 novos casos para este ano.

Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), informa que a cada ano completo de amamentação diminui de 3% a 4% o risco da mulher desenvolver o câncer de mama. "O efeito protetor contra o câncer de mama está associado à substituição de tecido glandular por gordura nas mamas, decorrente da amamentação, e a intensa esfoliação do tecido mamário que proporciona a eliminação constante de células que tenham sofrido algum dano e sejam potencialmente cancerígenas", explica a oncologista.

De acordo com a médica, o problema em amamentar não é a doença, por si só. Mas o seu tratamento. "O que impossibilita o processo é o tratamento quimioterápico ou radioterápico que, na maioria das vezes, é indicado no combate destes tumores. Muitos medicamentos são eliminados no leite materno e acabam sendo passados para o bebê, podendo causar danos ao organismo das crianças". Ela ressalta que as mulheres devem ser orientadas a não amamentarem nesta fase.

Engravidar/Amamentar após a doença? - O câncer de mama não precisa ser visto como empecilho para engravidar. Segundo a especialista, "A amamentação torna-se inviável, para mulheres que foram submetidas a mastectomia bilateral. Sendo assim, o desejo de amamentar deve ser conversado previamente com o médico que irá tratá-la. Já nas mastectomias unilaterais, a mama sadia pode produzir leite, e, na ausência da utilização de quimioterápicos/radioterápicos, a amamentação fica permitida sem restrições", afirma.

Prevenção -  Para finalizar, a especialista lembra que "a postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas, que significa conhecer o que é normal no seu corpo e quais alterações consideradas suspeitas de câncer de mama é fundamental para um diagnóstico precoce, o que significa, na grande maioria, possibilidade de remissão completa e cura", conclui a oncologista.

De acordo ainda com dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no Estado, os cânceres que mais causam o óbito entre as mulheres, são de  útero, mama e ligados a sistemas hematopoético e reticuloendotelial (leucemias).

Para todos os tipos de procedimentos é preciso que a mulher, que depende da assistência do Sistema Único de Saúde (SUS), seja encaminhada pela Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência. Em Belém, de forma específica, pacientes do SUS são encaminhadas para fazer mamografia na Casa da Mulher, mantida pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), e na Uremia, gerida pela Sespa.

Serviço: A Unacon que é referência no tratamento de câncer no sudeste paraense, funciona em Tucuruí, em frente ao Hospital Regional, na Vila Permanente. Mais informações pelos telefones (94) 3778-4928 e (94) 3778-4599.