A fim de dar prosseguimento ao projeto
de atualização da lista de espécies da flora ameaçadas de extinção no estado do
Pará, técnicos da Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBIO) do Instituto de
Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio) reuniram-se com
pesquisadores de diversas instituições de ensino e pesquisa. Participaram do
encontro, que ocorreu no dia 8, biólogos, taxonomistas e engenheiros agrônomos
de instituições como o Museu Paraense Emílio Goeldi, a Universidade Federal do
Oeste do Pará e o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá.
Durante a reunião, os pesquisadores
discutiram as metodologias que serão utilizadas na fase de coletas de dados
sobre as diversas espécies de plantas que compõem a Amazônia paraense. “O Pará
possui aproximadamente 7140 espécies, das quais 473 são endêmicas. Esse é um
número muito grande de espécies, então necessitamos de uma metodologia bem
desenhada para definir quais delas consideraremos para o levantamento e como
realizaremos essas análises”, ressaltou o biólogo do Ideflor-bio, Aluísio
Fernandes Júnior.
Além das discussões sobre a metodologia
utilizada na atualização da lista, o encontro foi também uma forma de instituir
redes de pesquisadores que atuarão diretamente nos trabalhos. “É fundamental o
apoio dos cientistas e das instituições de ensino e pesquisa existentes aqui no
Pará para que nós consigamos abranger um estado de dimensões tão grandes e,
assim, instaurar essa política pública”, afirmou a gerente de Biodiversidade do
Ideflor-bio, Nívia Pereira.
Os trabalhos serão baseados nos
critérios internacionais de classificação das espécies ameaçadas estabelecidos
pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em
inglês). A IUCN produz, em escala mundial, a lista vermelha das espécies
ameaçadas.
No Pará, a lista das espécies ameaçadas
é uma ferramenta utilizada pelos gestores e também por demais segmentos da
sociedade para a realização de ações voltadas à conservação e ao uso consciente
de plantas e animais em vários níveis de risco à extinção. Ela pode ser
utilizada, por exemplo, para identificar áreas naturais de grande interesse de
conservação e estabelecer parâmetros para o manejo sustentável das florestas no
estado.
Uma primeira lista das espécies
ameaçadas no estado é de 2007 e conta com a classificação de animais e de
plantas. Nela figuram 53 espécies da flora, das quais duas estão criticamente
ameaçadas, 10 em perigo e 41 vulneráveis. Algumas dessas espécies são
conhecidas da população paraense, como um tipo de cedro (o cedrela odorata) e a
castanheira (bertholletia excelsa).
A atualização dessa lista, realizada
pelo Ideflor-bio em parceria com instituições de ensino e pesquisa da região,
deve ser consolidada já em 2019 para as espécies da flora. Posteriormente, o
Instituto também procederá à atualização da lista de espécies ameaçadas no
reino animal.