A sepse é uma inflamação generalizada,
em resposta a uma infecção no próprio organismo, que causa a morte de em média
240 mil pessoas por ano, no Brasil. Segundo o Instituto Latino Americano de
Sepse (Ilas), a síndrome é a maior causadora de mortes em unidades de terapia
intensiva (UTI) do país, com quase 400 mil casos diagnosticados anualmente.
Para mudar essa realidade, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em
Santarém (PA), implantou o Protocolo Institucional da Sepse, que preconiza o
diagnóstico precoce e o tratamento imediato.
A infectologista Mariana Quiroga conta
que para identificar precocemente os sintomas, permitirá que aumente a
eficiência do tratamento. “A sepse é uma síndrome sistêmica, geralmente
produzida em resposta a alguma infecção, que pode causar danos severos, o que pode
evoluir, inclusive, para um choque ou morte. Por isso, a importância do
diagnóstico antecipado e a equipe que atua na área de saúde estar capacitada
para levantar essa hipótese”, explica.
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
estimula as instituições de saúde a instituírem protocolos para nortearem o
diagnóstico e tratamento. No Hospital Regional de Santarém, o protocolo já foi
implantado e todos os colaboradores que atuam na assistência passam por
treinamentos periódicos. “Com esse
protocolo, o Hospital garante que o diagnóstico seja feito na maior brevidade
possível, reconhecido por qualquer membro da equipe multiprofissional, e o
tratamento seja iniciado imediatamente. Isso está demonstrado cientificamente
que melhora o prognóstico do paciente e salva vidas”, afirma Mariana.
Com o protocolo, todos os profissionais
da assistência são capazes de identificar os sintomas que podem indicar a
presença da sepse. Geralmente, os indícios são febre, aceleração dos batimentos
cardíacos, respiração rápida, fraqueza intensa, pressão baixa, diminuição da
quantidade de urina, sonolência excessiva ou agitação. A detecção dos sintomas
é feita por meio da aplicação de um checklist. Após levantada a suspeita, o
médico é acionado para confirmar o diagnóstico clínico. São coletados exames
imediatamente e iniciado o tratamento.
Os resultados já podem ser notados no
Hospital, sendo que em 2017, a média de letalidade da sepse era de 53%. Ou
seja, a cada 100 casos, 53 resultavam em óbito. No primeiro semestre de 2018,
esse número caiu para 31%, e está menor que a média mundial (37%). No Brasil,
os dados variam de 40% a 60%.
Treinamento
O Dia Mundial da Sepse é celebrado em 13
de setembro, sendo que o HRBA trabalhou o tema “Pense: pode ser sepse”, por
meio do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), ao longo deste mês,
com treinamentos e premiando os setores com mais adesão. Mais de 420
colaboradores já foram capacitados. Atualmente, a Unidade conta com 85% do
protocolo cumprido e trabalha para a melhoria contínua desse indicador.