Projeto de piscicultura reúne governo e universidade na ressocialização de detentos

Foto: Agência Pará

Um projeto de revitalização de tanques para criação de peixes destinados à comercialização e consumo dos detentos está sendo desenvolvido no Centro de Recuperação Agrícola Sílvio Hall de Moura, localizado no município de Santarém, no oeste do Estado. A iniciativa é da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adepará) e Universidade da Amazônia (Unama), que trabalham nos tanques e no solo para viabilização técnica do projeto.

O trabalho utiliza mão de obra de custodiados na casa penal, por meio do Projeto Nascente, que visa aumentar a oportunidade de trabalho e a capacitação técnica em atividades laborais no campo da agricultura familiar. “A ideia dos tanques surgiu através da parceria com a Adepará. Então reunimos outros parceiros, como a Universidade da Amazônia, que nos deram apoio e orientação técnica para que pudéssemos construir os tanques e analisar a viabilidade de execução do projeto. Foi feito um estudo para a retirada da água de dentro do reservatório da área da colônia penal para os tanques de piscicultura, e a utilização de filtros para evitar que os insumos dos peixes possam contaminar os igarapés da região. No momento, já estamos finalizando a etapa das obras de adaptação da água e do solo para abrigar as espécies de peixes”, explicou Simone dos Santos, coordenadora de Reinserção Social do Centro de Recuperação Agrícola.

Dezessete internos participam da construção e manutenção de dois tanques de 45 x 45m² e 1,5 metro de profundidade. O coordenador do curso de Ciências Biológicas da Unama, Hipócrates Chalckidis, está à frente do projeto de extensão que analisa o solo na área e ao redor dos tanques da colônia penal. Os alunos do curso de Ciências Biológicas e Gestão Ambiental fazem a medição do solo e análise de espécies de plantas para ajudar na manutenção e evitar o assoreamento.

“Nosso papel aqui é revitalizar os tanques e as áreas adjacentes. Os tanques são muito bons e serão aproveitados em larga escala para a comercialização dos peixes da nossa região. Mas, ao mesmo tempo, nos causou preocupação o entorno desses tanques, pois existem alguns aclives desmatados com pontos assoreados. Pretendemos com o estudo evitar que no período das chuvas esse material particulado caia nos tanques inviabilizando e/ou atrasando a produção futura. Vimos nesse projeto uma excelente oportunidade para que nós pudéssemos, de certa forma, contribuir para o processo de ressocialização desses internos”, destacou o professor.


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