Muitos resíduos que são descartados
diariamente poderiam ser reutilizados. E esse ato simples, de jogar fora, é
feito diversas vezes ao dia e quase de maneira inconsciente. Com ajuda da
criatividade e da imaginação, esses produtos poderiam retornar para a decoração
do lar, por exemplo, modificando não só o ambiente, mas a atitude de um
pensamento mais ecológico. Há um processo chamado “upcycling”, que é recriar
objetos novos, que nada se parecem ou funcionam no que foi primeiramente
programado. Esse processo criativo tem despertado um olhar diferenciado para o
design e para o mercado industrial.
Foi o que aconteceu com esse grupo de
acadêmicos do último ano da graduação de Design de Interiores da UNAMA –
Universidade da Amazônia, campus Alcindo Cacela. Eles foram desafiados, no mês
de novembro, a projetar e confeccionar peças só com os materiais encontrados
pelas ruas de Belém. A atividade faz
parte da grade curricular da Instituição de Ensino Superior, na disciplina de
Ecodesign. “Por meio de simples ações podemos chegar a grandes resultados. Cada
produto desenvolvido foi pensando e construído a partir do que foi encontrado
pelas esquinas. O resultado é esse. Produtos inovadores”, disse a professora
coordenadora do projeto pela UNAMA, Simone Lima, especialista em projetos
pós-modernos.
O upcycling ajuda a minimizar a
exploração dos recursos naturais e a reduzir a quantidade de lixo que é
encaminhado para lixões e aterros sanitários. Tudo pode ser reaproveitado.
Latas, vidros, madeiras, metal. “Nós iniciamos com uma excursão e tentamos perceber
o que a gente tinha à mão. A gente pensou em algo que pudesse trazer aconchego,
estrutura. Foi aí que fechamos com o palete. Para se ter noção, o nosso custo
foi só com os parafusos”, disse o acadêmico do 4º semestre, Domenico Carvalho.
Os alunos criaram escultura paisagística
de jardim, objetos de decoração e móveis. “A ideia é muito boa. É um dos
seguimentos que vamos apostar. Dá para criar sempre coisas novas. E cabe de
exemplo. Principalmente de pensar antes de jogar fora qualquer coisa”, finaliza
a acadêmica da UNAMA, Ana Paula.