O estado do Pará é o quarto no ranking
de pessoas com a doença, com a região norte ficando em segundo lugar com maior
incidência de casos da federação. Em 2018 foram registrados 2.125 casos, número
pouco menor que os 2.899 casos de 2017, segundo o Instituto Datasus. O
diagnóstico precoce é imprescindível para o sucesso do tratamento, segundo
especialistas.
O janeiro roxo é um alerta para que a
população possa ter conhecimento sobre a existência da doença, sua prevenção e
tratamento. A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo
bacilo Mycobacterium leprae, ou bacilo de hansen.
A transmissão ocorre por meio de contato próximo e contínuo com
o paciente não tratado. Sua evolução depende de características do sistema
imunológico da pessoa infectada e apresenta múltiplas manifestações clínicas,
exteriorizadas, principalmente, por lesões dos nervos periféricos e cutâneas
com alteração de sensibilidade.
“Apesar de ser uma doença de pele, a
hanseníase é transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da
saliva do paciente e apesar de afeta primordialmente a pele, ela pode afetar
também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos se não
for tratada corretamente. O período em que a bactéria fica escondida ou
adormecida no organismo é prolongado, e pode variar
de dois a sete anos”, explica o médico titular da Sociedade
Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Mário Albuquerque.
Conforme a evolução da doença as lesões
tornam-se mais palpáveis e visíveis, pois se transformam em placas, nódulos,
podendo ainda atingir nervos e causar dor e perda de força muscular,
principalmente em membros inferiores, superiores e rosto. A falta do tratamento
pode levar ainda a lesões irreversíveis, como: destruição óssea, lesões
nervosas e úlceras. As pessoas acometidas pela doença no Estado do Pará
recebem um benefício estadual por meio da Seaster que contempla um auxílio mensal
de 90% do salário mínimo, concedido às pessoas consideradas inaptas ao
trabalho.