A Superintendência do Sistema
Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), por meio da Diretoria de Reinserção
Social (DRS), está promovendo uma grande campanha de arrecadação de livros
literários e educacionais. A “Reinsere – Leitura nas Unidades Prisionais” será
lançada oficialmente no próximo domingo, dia 10 de março, na Praça da
República, próximo ao Teatro Waldemar Henrique, em Belém. As atividades vão
ocorrer entre 8h e 12h.
A campanha surgiu da necessidade de
estruturação e implantação de bibliotecas nas unidades prisionais do Estado.
Para Edwilson Nascimento, diretor de Reinserção Social da Susipe, a ação também
visa incentivar a matrícula dos internos na EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Ele conta que, com a restruturação do setor de educação, também existe uma
mobilização para matricular os alunos.
“Hoje, nós temos uma pré-matrícula de
800 pessoas para a EJA, mas nós queremos mais do que isso. A nossa meta é
matricular mais de 3 mil internos. Esse é um grande desafio e, para isso,
precisamos estruturar bibliotecas nas unidades prisionais. Sem a biblioteca,
dificilmente nós vamos conseguir ter o desenvolvimento da educação com
qualidade. A nossa meta é disponibilizar pelo menos 2 mil livros em cada
unidade penal”, disse.
A campanha também tem o objetivo de
potencializar as ações de outros programas, como o “Leitura que liberta”, e a
biblioteca móvel “Arca da Leitura”. Além disso, a ação visa a arrecadação de
livros educacionais e didáticos que auxiliem no desenvolvimento da formação
educacional dos internos, desde o ensino fundamental ao médio, para o ENCCEJA e
o ENEM.
A biblioteconomista da Susipe, Sheila
Almeida, explica a importância de projetos como esses para os internos. “Com a
leitura, os reeducandos sofrem uma transformação, mudam os seus hábitos e
elevam o nível educacional através dos relatórios que produzem a partir das
obras que leem. A leitura dá suporte a eles, inclusive para as provas do Enem.
Queremos sensibilizar toda a sociedade a contribuir com essa campanha”,
afirmou.
Leitura que Liberta – A iniciativa é da
Defensoria Pública, da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) e da
Susipe, e busca contemplar, prioritariamente, os reeducandos que não estão
sendo beneficiados com atividades educacionais formais e laborais nas Casas
Penais. Entre os benefícios do projeto, está a remição da pena – para cada obra
literária lida em 30 dias, após a produção de um relatório, o detento ganha menos
quatro dias de detenção.
Arca da Leitura – O projeto consiste em
uma estante móvel com 150 livros que fica sob a responsabilidade de um interno
para viabilizar o acesso à leitura dentro do bloco carcerário. Assim, todos
podem ter contato com a literatura. Cada unidade seleciona um custodiado para
ocupar a função de monitor da biblioteca e oferece treinamento técnico em
biblioteconomia. Ele, então, faz atividades referentes a empréstimo, devolução,
inserção dos livros no acervo e preservação de todo material existente. Hoje, o
a iniciativa conta com 22 monitores supervisionados pelas coordenadoras
pedagógicas de cada unidade.
O monitor movimenta a biblioteca dentro
do bloco carcerário, oferecendo os livros para leitura e fazendo os
empréstimos. O acervo é formado por livros de disciplinas obrigatórias e
literárias, além de revistas de conteúdo informativo. As estantes do projeto
“Arca de Leitura” são produzidas pelos detentos, em ação da Coordenadoria de
Trabalho e Produção da Susipe, nas marcenarias instaladas nos próprios
presídios do próprio Estado.
*Colaboração: Fernanda Cavalcante