Com a chegada das férias escolares, além
de se prevenir de acidentes de trânsito, queimaduras por excesso de sol,
desidratação e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), a população que
viaja para balneários e áreas rurais precisa estar atenta para evitar acidentes
com animais peçonhentos. O alerta é da Coordenação Estadual de Zoonoses da
Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), segundo a qual 70% dos acidentes
com animais peçonhentos envolvem serpentes, 24% escorpiões e 4% aranhas.
"Noventa por cento dos acidentes com serpentes envolvem o gênero Botrops
(jararaca)", disse a coordenadora Estadual de Zoonoses, Elke de Abreu.
Para se prevenir de acidentes com
serpentes, a coordenadora orienta a utilização de equipamentos de proteção
individual (EPIs), como luvas de couro e botas de cano alto, além de perneira,
durante trilhas e passeios na mata. Nas limpezas de áreas com acúmulo de lixo,
nos serviços de jardinagem e na limpeza de terrenos e deslocamento de móveis é
preciso usar sapatos fechados e luvas grossas.
Em relação a acidentes com aranhas e
escorpiões, o correto é observar com atenção o local de trabalho e os caminhos
a percorrer. Se encontrar animais peçonhentos, a orientação é se afastar com
cuidado, evitar assustar ou tocar nos animais, mesmo que pareçam mortos; não
colocar as mãos desprotegidas em tocas ou buracos na terra, troncos ocos de
árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em monte de lenhas ou pedras, e
embaixo de rochas.
A pessoa deve inspecionar roupas,
calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes
antes de usá-los; afastar camas e berços das paredes; não deixar que lençóis ou
cobertores encostem no chão, pois escorpiões e aranhas podem subir por eles.
"Também não mexa em colmeias ou vespeiros, caso esses estejam em áreas de
risco de acidentes. Chame a autoridade local competente para remoção. Na
atividade de pesca manuseie cuidadosamente os peixes durante sua retirada do
anzol ou rede", acrescentou a coordenadora estadual.
Em caso de acidentes com esses animais o
procedimento correto é procurar atendimento médico imediatamente; lavar o local
da picada com água e sabão (exceto acidentes por águas-vivas e caravelas) e
manter a vítima em repouso até a chegada à unidade de saúde; não amarrar o
membro acidentado e não cortar, sugar ou aplicar qualquer tipo de substância
(pó de café, álcool, entre outros) no local da picada; não ingerir ou oferecer
bebida alcoólica ao acidentado; informar ao profissional de saúde o máximo
possível de características do animal, como tipo, cor e tamanho. No caso de
acidentes com água-viva e caravela, fazer compressas geladas com soro
fisiológico e lavar o local com ácido acético (vinagre), mas sem esfregar a
região; remover os tentáculos aderidos à pele com pinça ou lâmina, e procurar
assistência médica. De acordo com a gravidade do caso, o tratamento pode
necessitar de aplicação de soro antiveneno.
A Coordenação Estadual de Zoonoses
recomenda que os profissionais de saúde notifiquem todo tipo de acidente com
animais peçonhentos, mesmo que não seja utilizado tratamento soroterápico.
Serviço: Em caso de dúvidas quanto à
espécie envolvida nos acidentes por animais peçonhentos, os profissionais de
saúde podem entrar em contato com o Centro de Informações Toxicológicas (CIT)
pelos telefones: 08007226001/ (91) 3259-3748/ 3249-6370.