REABILITAÇÃO CARDÍACA – TRATAMENTO COM EXERCÍCIO QUE PODE SER FEITO DO CARDIOPATA AO ATLETA



 
REABILITAÇÃO CARDÍACA_FOTO: CAMILLE NASCIMENTO


Dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que 17,5 milhões de pessoas falecem anualmente no mundo em consequência de doenças cardíacas. Alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, entre outros fatores, potencializam as doenças cardiovasculares. Em grande parte dos casos, os pacientes precisam da intervenção cirúrgica e/ou angioplastia com stent.

Mas o que o paciente pode fazer para melhorar sua qualidade de vida após ser diagnosticado com algum problema no coração? No último Congresso Europeu de Cardiologia, realizado em agosto de 2019, em Paris, a reabilitação cardíaca foi considerada como fundamental no tratamento da Doença Coronariana Crônica.

A reabilitação cardíaca funciona como uma academia monitorada em pacientes que se submeteram a cirurgia cardíaca e/ou angioplastia com stent, é um processo de intervenção estruturada, multidisciplinar, abrangente, dirigido a doentes cardíacos,  que foram acometidos por infarto agudo do miocárdio, angina instável, cirurgia cardíaca, transplante cardíaco, mas também pode ser aplicado a pacientes com doença cardíaca crônica, a exemplo de angina estável, insuficiência cardíaca, cardiopatia congênita, doença das válvulas cardíacas.

O cardiologista Heitor Pereira Júnior comenta que reabilitação é uma renovação na Medicina, pois, antes não se indicava exercícios físicos aos pacientes com doenças como as coronarianas ou câncer, por exemplo. “Hoje a maioria das ações preventivas e de cuidados passam pelo exercício físico. Os benefícios não são apenas nos aspectos cardíaco, pulmonar ou cardio-pulmonar. Notadamente trazem benefícios na cognição, no metabolismo, no rejuvenescimento, diminuem em 20% a chance de doenças como Alzheimer, câncer de mama, câncer de intestino, osteoporose, osteopenia, entre outros”, reforça.

O médico pós-graduando em Medicina do Exercício afirma que a reabilitação cardíaca pode ser classificada nos níveis de baixo, médio ou alto risco. “O paciente de baixo risco pode reabilitar com o Fisioterapeuta, o de médio precisa que o cardiologista esteja no ambiente, no caso de emergência, já o de alto risco precisa reabilitar com o cardiologista monitorando de perto. Por isso, a importância de uma equipe multiprofissional, que conte com Fisioterapeuta, Psicólogo, Educador Físico, e outros que somem neste tratamento”, avalia Heitor Pereira Júnior.

 O paciente que sai do hospital para um centro de reabilitação, tem menores chances de um novo evento cardíaco, angioplastia com stent ou uma nova internação hospitalar. Além disso, o tratamento também tem chamado a atenção para outros objetivos. “A reabilitação é fundamental na questão do condicionamento físico, do emagrecimento. Então, observo que podemos indicá-la do cardiopata ao atleta, por exemplo. Porque para iniciar a reabilitação, realizamos o exame Ergoespirometria, que é o teste cardio-pulmonar de esforço, ele é o grande diferencial para reabilitar o paciente porque consegue documentar a área de treino ideal, a área aeróbia, a área de treino com segurança, que não vai fazer mal para o paciente”, garante Heitor Pereira Júnior.