O Covid-19 não acomete os animais. Não
se sabe muito ainda sobre o vírus que provoca a doença. Mas, as recomendações
com os cães e gatos é de evitar passeios, manter os cuidados de rotina como a
vacinação e vermifugação atualizadas, e mantê-los em ambiente domiciliar.
A disseminação do Coronavírus assombra e
traz desespero nos quatro cantos do planeta. Mesmo com os órgãos mundiais de
saúde descartando que o Covid-19 seja suscetível aos animais
O Coronavírus canino fez mais de 80 mil
vítimas fatais nos anos 80, é da mesma família do vírus atual, apesar de
infectar hospedeiros específicos, e nada mais justo que seguirmos algumas
regras para mantermos a saúde em dia de nosso amigo de quatro patas.
"Não é seguro passear com seu pet,
mesmo porque a recomendação é que todos fiquem em ambiente domiciliar",
explica a doutora Juliana Ferreiro Vieira, coordenadora clínica do Hospital
Veterinário Prontvet.
"O vírus da Covid-19 pode ser
transmitido de forma indireta, através de contato com objetos que foram
manuseados por pessoas infectadas. Pensando no caso dos animais, embora não
tenha evidência conclusiva deles poderem fazer esse trânsito nos pelos e pele,
a orientação é que seja evitado ao máximo o contato dos animais com pessoas
fora do ambiente domiciliar e manter a higiene adequada das mãos."
Utilize brinquedos para distrair o
animal em casa, procure um médico-veterinário para vacinação e vermifugação
adequada, e evite o contato com tutores estranhos e longe do ambiente
domiciliar.
Há alguma relação entre o Covid-19 que
assombra o planeta e o Coronavírus canino?
Esses coronavírus são da mesma família,
porém são tipos diferentes de vírus, beta e alfa, respectivamente, que costumam
ser espécie-específicos, ou seja, infectam hospedeiros específicos.
O Coronavírus canino vitimou 80 mil cães
nos anos 80 em São Paulo. A epidemia atual pode pegar aos animais e repetir
aquela tragédia?
O Coronavírus daquela época era o
Coronavírus entérico canino. Os animais acometidos manifestavam vômitos e
diarreias, bem diferente dos sintomas respiratórios da Covid-19. Atualmente,
temos uma vacina que possui grande eficácia na profilaxia dessa doença
gastroentérica. Animais vacinados possuem baixo índice de manifestar essa
doença. Mas não existe muitos dados sobre o Coronavírus atual, alguns animais
foram testados e, aparentemente, não houve nenhuma evidência de doença ativa
nesses animais, porém pouco ainda se sabe sobre esse novo vírus.
Muitos tutores andam desesperados com
medo de contrair Coronavírus de seu pet. Existem motivos para tal preocupação?
Como já orientado pela Organização
Mundial da Saúde Animal (OIE), "a propagação atual do vírus Covid-19 é
resultado exclusivo da interação de humanos, não existe nenhuma evidência de
que os cães e gatos possam transmitir e muito menos desenvolver essa doença”.
Porém caso seu animal apresente algum sintoma procure o serviço médico
veterinário.
Vendo pelo lado inverso, um humano pode
contaminar seu animal ou o Covid-19 não é transmissível aos animais?
Não há evidências até o momento que os
cães e gatos possam desenvolver a Covid-19. Porém a OMS, WSAVA, CFMV E OIE
orientam que as pessoas doentes façam isolamento em relação a pessoas e
animais, passando os cuidados do seu animal a um parente próximo. De modo
nenhum é indicado o abandono de animais.
O que devemos orientar aos tutores que
têm levado seus cães com máscara para passear. Isso é correto?
Como os animais não apresentam
evidências até o momento de desenvolverem a doença, não há nenhuma recomendação
de uso de máscaras, mesmo porque esse tipo de atitude pode gerar desconforto,
favorecendo um pobre grau de bem-estar na espécie. Mesmo para humanos a
recomendação é o uso de máscaras somente pelos doentes, já que o uso em pessoas
saudáveis pode até acarretar infecções fúngicas, quando estas apresentam-se
úmidas.
E qual medida tomar para que o cão não
fique sob risco de infecção?
A recomendação é a mesma para os
humanos: reduzir o contato com outros animais e com outros humanos. O Covid-19
pode ser transmitido de forma indireta, através de contato com objetos que
foram manuseados por pessoas infectadas. Pensando no caso dos animais, embora
não tenha evidência conclusiva deles poderem fazer esse trânsito nos pelos e
pele, a orientação é que seja evitado ao máximo o contato dos animais com
pessoas fora do ambiente domiciliar.
Com governantes pedindo para as pessoas
ficarem em casa, é seguro sair com o pet para passear? O que fazer?
Não é seguro passear com seu pet, mesmo
porque a recomendação é que todos fiquem em ambiente domiciliar. A orientação é
que promova possibilidades dentro de casa para que seu animal possa realizar as
"necessidades fisiológicas" e que o proprietário promova
enriquecimento ambiental, como uso de brinquedos, brincadeiras e locais
adequados para descanso, promovendo um maior bem-estar aos animais.
E no caso dos tutores idosos, aqueles
que a OMS pede que não saiam de casa, o que deve ser feito?
Seguir a mesma orientação que comentei
anteriormente.
Na época (entre 1880 e 1988), foram
quase oito anos até a epidemia ter um tratamento eficaz. Hoje em dia, com os
avanços da medicina veterinária, ainda há motivos para pânico?
Com a realização da vacinação adequada
de seu animal para coronavirose entérica, não há motivo para preocupação.
Consulte seu veterinário para orientação sobre essa vacina. Em relação a esse
vírus atual, não há evidências de desenvolvimento da doença COVID-19 nos cães e
gatos. E, como nos humanos, não há profilaxia vacinal para o vírus da COVID-19
para os animais.
Quais os sintomas do Coronavírus canino?
As principais manifestações clínicas do
Coronavírus entérico dos cães são vômito, diarreia, perda de apetite, febre e
apatia.
Vendo seu animal de estimação com um dos
sintomas, o que o tutor deve fazer de imediato?
Consulte seu veterinário, há exames
disponíveis para o Coronavírus entérico que realizam o diagnóstico em minutos.
Em relação ao COVID-19, utilize meios de informações com referência como OMS,
OIE, WSAVA e CFMV, ou consulte um médico-veterinário agente de saúde de sua
região. O momento pede que busquemos informações em veículos idôneos para
evitar as tão famosas “fake news”. Caso seu animal apresente sintomas
respiratórios busque assistência médico-veterinária.