A pandemia relacionada ao coronavírus
(COVID-19) vem causando grande preocupação em função da rápida disseminação da
infecção e da gravidade observada, especialmente entre pessoas com saúde
fragilizada pela idade avançada ou por ter outras doenças, como o câncer.
“Pacientes oncológicos costumam ter uma
queda na imunidade após uma cirurgia ou, ainda, por conta de tratamentos, como
quimioterapia, cortisona, transfusões de sangue e radioterapia. Por isso, ficam
mais vulneráveis no caso de uma infecção pelo coronavírus e podem ter uma evolução
mais agressiva da doente”, explica a Dra. Clarissa Mathias, presidente da
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
Entre os pacientes oncológicos, há risco
maior para aqueles com cânceres no sangue (como leucemias, linfomas e mieloma
múltiplo), que passaram por transplante de medula óssea ou que estão em
tratamento com quimioterapia. Porém, adotando as medidas preventivas, reduzimos
bastante os riscos associados à pandemia.
“O momento é de atenção e de nos unirmos
aos esforços preventivos de tantas outras instituições no Brasil e no mundo
para conter o avanço do coronavírus e suas potenciais complicações ao sistema
de saúde. A SBOC reforça seu compromisso em apoiar pacientes e oncologistas,
estimulando os melhores cuidados possíveis nesse momento sensível e evitando
interrupções no tratamento”, afirma a Dra. Clarissa.
Diante do crescimento exponencial dos
casos de COVID-19 na população brasileira e com base nas informações
disponibilizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da
Saúde e pela comunidade científica, a SBOC reuniu medidas preventivas para
apoiar pacientes e oncologistas:
Aos pacientes com câncer:
Não interromper seus tratamentos
oncológicos;
Evitar contato físico, como cumprimentar
com beijos e abraços;
Evitar contato com qualquer pessoa que
tenha sintomas gripais, que esteja em investigação para possível infecção pelo
COVID-19 ou que estejam chegando do exterior, com ou sem sintomas gripais;
Caso apresente sintomas como, febre,
coriza, tosse seca, falta de ar, contate seu médico;
Permaneça somente o tempo necessário em
ambiente hospitalar e evite contato físico direto, mesmo com o seu médico e a
equipe de saúde;
Pacientes que vão a um centro de
tratamento oncológico devem ir acompanhados de apenas uma pessoa, e este
acompanhante não pode apresentar nenhum sintoma de gripe;
Visitas hospitalares devem se restringir
àquelas estritamente necessárias.
A familiares e população de forma geral:
Manter a higiene das mãos, lavando-as
com sabonete por pelo menos 40-60 segundos ou higienizando-as com álcool em gel
70% por 20-30 segundos, diversas vezes ao dia;
Cobrir com o antebraço o nariz e boca ao
tossir ou espirrar;
Evitar ambientes fechados, como
academias e shopping centers, e principalmente aglomerações. Eventos com grande
público estão sendo cancelados e desencorajados em todo o mundo;
Só tem indicação de realizar o exame
para diagnostico de COVID-19, neste momento, quem apresentar sintomas
suspeitos, tiver entrado em contato com caso suspeito ou confirmado e tiver
sintomas e histórico de viagem ao exterior nos últimos 14 dias;
Parentes ou pessoas próximas de
pacientes com câncer devem evitar contato com eles caso apresentem qualquer
sintoma suspeito de gripe ou contato com terceiros que tenham sintomas ou infecção
confirmada.
Medidas adotadas sem orientação médica,
como uso indiscriminado de vitaminas C e D, e outras modalidades não
comprovadas, além de ineficazes, podem trazer risco severo à saúde. “É preciso
passar por esse período crítico com atenção às evidências científicas e
respeito às orientações das sociedades médicas e dos profissionais de saúde”,
reforça a Dra. Clarissa.