Um empresário foi preso em Brasília como
parte das investigações sobre a venda de aparelhos respiradores que não
funcionam ao governo do Pará. Outro não foi localizado e é considerado foragido,
no Rio de Janeiro. Os dois eram representantes da empresa que recebe um total
de R$ 25 milhões do estado para aquisição de 200 respiradores da marca Aeonmed,
fabricados na China e entregaram outro tipo de aparelho que não pode ser
instalado em UTIs e ainda apresenta riscos aos pacientes.
Os pedidos de prisão temporária – com
duração de cinco dias - foram feitos pelo Ministério Público Federal e
Ministério Público do Estado do Pará e autorizados pela Justiça Federal. Além
das prisões, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em vários
endereços ligados à empresa SKN do Brasil, que vendeu os respiradores
defeituosos ao governo paraense.
Para o MPF e o MPPA, os prováveis crimes
ocorridos no Pará têm relação visível com os que ocorreram no Rio de Janeiro,
onde também houve a venda de equipamentos defeituosos ao estado, o que pode
indicar a existência de um esquema nacional para fraudar a compra desses
equipamentos em plena pandemia de covid-19.
Os técnicos do estado do Pará emitiram
um relatório que mostra que além de não servirem para o uso em UTIs, os
ventiladores pulmonares colocariam em risco real os pacientes, por não
possuírem alarmes que indicassem interrupção do funcionamento nem baterias
internas para manter a respiração artificial em caso de queda de energia. Para
piorar, os técnicos descobriram que os respiradores poderiam se tornar vetores
de infecções, por não permitirem a limpeza e esterilização de fluidos corporais
e gases expirados.
As investigações permanecem sob segredo
de Justiça.