Em mais uma classificação estatística, o
Pará saiu da lista dos que mais registravam mortes por intervenção dos agentes
de segurança pública do Estado para ficar entre os primeiros do ranking que
mais reduziram a letalidade policial, aponta o jornal O Globo na edição deste
domingo (28). Segundo o jornal, o Pará apresenta uma redução de 5,36%, ficando
ao lado do Mato Grosso do Sul e Paraíba. A pesquisa avaliou 15 unidades da
Federação. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social
também mostram queda nas mortes de policiais.
A análise de "O Globo"
considerou o período da pandemia de Covid-19 - meses de março e abril -, quando
as pessoas permaneceram mais tempo em suas residências, resultando em uma
atuação policial diferenciada, com o acesso dos agentes às residências dos
suspeitos, podendo atingir pessoas inocentes. A diminuição do número de pessoas
circulando pelas vias públicas foi avaliada também pelos especialistas
contatados pelo "O Globo" como uma forma de "vigilância
social".
No Pará, a diminuição dos casos ocorre
não somente no período da pandemia. A redução é ainda maior comparando o
período de janeiro a 15 de junho, dos anos de 2019 e 2020, que resulta em
35,5%. No período equivalente, comparando os anos de 2018 e 2020, a diminuição
é de 27,4%. Os dados foram obtidos pela Secretaria Adjunta de Inteligência e
Análise Criminal (Siac), vinculada à Secretaria de Estado de Segurança Pública
e Defesa Social (Segup).
A redução apontada pelo jornal também é
vista nas ruas e nos noticiários. Casos de abusos e excessos policiais não mais
ocorrem como anteriormente no Pará, o que é avaliado pelo Sistema de Segurança
como reflexo da formação policial e do uso de inteligência para "ter mais
assertividade nas ações e reduzir os riscos de confronto".
Fora de listas - "O Pará saiu do
ranking dos estados mais violentos do Brasil e, desde 2019, não figuramos mais
na lista dos estados com o maior número de homicídios. Também saiu, felizmente,
do que nos prejudicava bastante, que era a morte de policiais. Comparando os
anos de 2019 e 2020 foi uma queda muito acentuada. E o terceiro aspecto é
justamente a queda do número de mortes por intervenção dos agentes públicos.
Nós atuamos agora de uma forma muito mais técnica, muito mais precisa e com o
uso da inteligência", ressalta o secretário de Estado de Segurança Pública
e Defesa Social, Ualame Machado.
O titular da Segup destaca, ainda, que
"quando você trabalha de forma integrada utilizando a inteligência, o
risco da necessidade de uma intervenção policial reduz muito, pois se trabalha
com o efeito surpresa em relação ao infrator da lei, e assim é possível efetuar
a prisão com mais tranquilidade, sem necessidade, muitas vezes, do confronto,
que é resultado de um trabalho com menor inteligência sendo empregada. Então, o
uso da inteligência e da informação qualificada, uma orientação à tropa de que
a polícia deve atuar agora de forma precisa e com base na lei, fez com que em
2019 tivéssemos reduzido o número de mortes por intervenção dos agentes
públicos do Estado e em 2020 reduzido mais ainda, como estamos fazendo com
mortes de agentes policiais e Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), já
pelo segundo ano consecutivo".