Em alusão à campanha Julho Amarelo, a
Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), órgão da Prefeitura de Belém,
intensificou as ações de promoção à saúde por meio de capacitações com
profissionais do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e do Centro de Atenção
à Saúde nas Doenças Infecciosas Adquiridas (Casa Dia). Também estão sendo
distribuídos insumos de prevenção (preservativos masculinos, femininos e gel
lubrificante) e foi ampliada a testagem para as hepatites B e C, e da cobertura
vacinal para a hepatite B em todos os distritos de Belém.
O Julho Amarelo foi instituído pela Lei
Municipal 9.197/2016, e tem por objetivo, reforçar as iniciativas de vigilância
e controle, alertando sobre as formas de prevenção e a importância do
diagnóstico precoce das hepatites.
A hepatite é a inflamação do fígado e,
nem sempre, as hepatites apresentam sintomas. Os tipos mais comuns são causados
pelos vírus A, B e C. As principais medidas de controle das hepatites virais de
transmissão sanguínea e sexual constituem-se na adoção de medidas de prevenção
como o uso do preservativo nas relações sexuais e o não compartilhamento de
objetos contaminados como lâminas e seringas, por exemplo.
“Além das formas sexuais que não
contemplam o uso de preservativo, as hepatites virais podem ser adquiridas
também em salões de beleza, através de alicates, já que o forninho usado não é
o suficiente para matar o vírus, e por meio de esmaltes, pinças e pigmentação
de sobrancelha, pois o material é dividido entre os consumidores, que acabam se
infectando em massa. A população precisa se conscientizar de que a transmissão
acontece sim, e se prevenir tendo o seu próprio material e usando
preservativo”, explica o diretor do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA),
Harry Sardinha.
A Referência Técnica em IST/Aids e
Hepatites Virais da Sesma, que realiza o trabalho de notificações e agravos das
hepatites no município, faz um alerta para que a conscientização e a prevenção
da hepatite se torne um hábito, principalmente, para evitar que a doença evolua
para uma situação mais grave pela falta de diagnóstico ou diagnóstico tardio,
quando a doença já está em estado avançado. Em Belém, em 2017, foram
notificados 223 casos. Já em 2018, foram contabilizados 224, no ano de 2019,
mais 231 novos casos e, em 2020, até o mês de junho foram notificados mais 65
casos da doença.
A hepatite é uma luta antiga do
município de Belém. Quando o indivíduo é testado em qualquer Unidade Básica de
Saúde (UBS) e tem o resultado positivo, ele é encaminhado para a Santa Casa para
receber o acompanhamento e o tratamento para a doença, que pode ser crônica ou
moderada. O tratamento em alguns casos é de aproximadamente quatro semanas, com
99,9% de chance de cura e tem total cobertura da rede pública municipal de
saúde.
“Belém é a primeira capital da região
norte a lançar a campanha do julho amarelo, somente Belém e Espírito Santo
fizeram hoje. Está sendo um sucesso. A nossa equipe saiu à frente de todas as
capitais do país com a capacitação de todos os nossos servidores da saúde através
de uma transmissão online. Para nós, a campanha é motivo de muito orgulho, pois
temos o propósito de garantir a prevenção, o diagnóstico e o encaminhamento das
pessoas com a doença para a Santa Casa, além de sensibilizar os munícipes
através das nossas ações de integração do servidor com a comunidade em todas as
localidades da capital”, declarou Reginaldo Junior, coordenador da Referência
Técnica IST/Aids e Hepatites Virais da Sesma.