Em 2019, o Hospital Público Estadual
Galileu (HPEG), localizado em Belém, implantou o projeto chamado de “Próximo
Passo”. O objetivo era auxiliar na reabilitação de pacientes que sofreram algum
tipo de trauma ortopédico, afetando a capacidade de andar ou de apoio nas
pernas.
A iniciativa surgiu em abril do ano
passado como projeto piloto da unidade, que pertence ao Governo do Pará, sendo
gerenciada pela Pró-Saúde. Logo depois, a proposta foi incluída no tratamento
de pacientes.
Como explica o ortopedista do HPEG,
Marcus Pretti, a criação do “Próximo Passo” levou em consideração a segurança
no processo de adaptação do paciente, além de oferecer conforto e qualidade
durante a caminhada.
“Quando o paciente ortopédico possui uma
diferença de comprimento das pernas, principalmente nos casos envolvendo
acidentes ou a necessidade de intervenção cirúrgica, os calçados auxiliam nessa
compensação, contribuindo para evitar escoliose ou artrose. Essas doenças
causam fortes dores ao paciente e piora nos processos inflamatórios”, explica o
especialista.
Nesse sentido, o projeto “Próximo Passo”
tem atuado para promover maior independência ao usuário em suas atividades
diárias, como locomoção, vestimenta e o autocuidado. Produzidos com materiais
de baixo custo, os calçados já beneficiaram mais de 60 pacientes, sendo
disponibilizados de forma totalmente gratuita.
A produção dos calçados é realizada pela
equipe de manutenção do Hospital Galileu, e utiliza materiais como borracha e
cola, feito sob medida para cada paciente, após avaliação clínica e indicação
dos centímetros necessários que o solado deverá ter.
Gil Gonçalves, responsável pela
confecção dos calçados, revela o sentimento de fazer parte de um projeto que
tem melhorado vidas. “Isso faz com que nós, colaboradores, estejamos mais
integrados ao hospital, às suas atividades e aos seus resultados, colaborando
com a recuperação de nossos pacientes”, ressalta.
Referência em ortopedia, como hospital
de retaguarda, o HPEG é especializado no alongamento ósseo, procedimento
cirúrgico recomendado para a correção das diferenças no tamanho de pernas.
Uma recuperação constante
Nilzabete dos Santos sofreu um acidente
de moto há 2 anos e precisou passar por um procedimento de alongamento ósseo no
HPEG. Por conta da fratura, ficou com uma diferença de quatro centímetros de
uma perna para outra. “Tenho esperança que o calçado irá me ajudar no futuro.
Já estou andando com ele há alguns dias e me sinto bem. Hoje consigo caminhar
pelo hospital, algo que antes não fazia”, diz.
Diariamente, Nilzabete é acompanhada por
fisioterapeutas do hospital, que a ajudam de forma constante e com exercícios
que auxiliam no seu processo de recuperação.
Números de atendimentos
Neste ano, de janeiro a junho, o HPEG já
realizou 78 cirurgias de alongamento ósseo. No ano passado, foram mais de 125
mil atendimentos, sendo 7.872 consultas especializadas, 4.274 internações,
54.077 exames, 3.314 cirurgias e 56.288 atendimentos multiprofissionais.
Além disso, devido a pandemia do novo
coronavírus (Covid-19), o Hospital Galileu atuou no combate à doença entre
abril e junho, disponibilizando 94 leitos clínicos e dez de Unidade de Terapia
Intensiva (UTI), proporcionando a recuperação de 145 pacientes.
