O clássico Rei da Amazônia deste domingo
encerrou com vitória de 1x0 para o Paysandu em cima do Remo. A final do
Campeonato Paraense de Futebol 2020 foi a coroação da competição mais longa da
história devido à interrupção dos jogos em função do distanciamento social
imposto pela pandemia do novo coronavírus.
O gol de Uchôa foi o último lance do
jogo aos 51 minutos. Logo em seguida, o árbitro deu o apito final e reservas e
equipe técnica invadiu o gramado. O técnico do Paysandu Hélio dos Anjos
comemorou com o time. "Eu não sou político e não gosto de fazer média,
tenho as minhas ideias mas quero deixar bem claro que, com todos os problemas
que tivemos com pandemia de tudo isso, eu nunca vi um governo estadual ajudar
tanto um campeonato. Já trabalhei em vários estados do país, disputei
campeonatos regionais. Esse hoje é meu 10º título. Já fui campeão em
Pernambuco, Rio Grande do Sul e Goiás. Eu nunca vi um Governo do Estado ajudar
tanto um futebol como eu vi aqui. Está de parabéns. Eu sei que nós temos muitas
coisas para se fazer, mas eu sei que a alegria de dar ao povo as condições para
os clubes fazer o futebol é uma coisa muito importante. Parabéns sim, não estou
aqui fazendo graça para ninguém. Eu tenho que falar isso porque é a
verdade", enfatizou o técnico.
Durante a cerimônia de premiação com a
entrega de medalhas à arbitragem, comissão técnica e jogadores, também foi
entregue a Estrela do Norte, a tão disputada taça do Parazão, o responsável por
repassá-la ao campeão foi entregue pelo presidente da Fundação de
Telecomunicações do Pará (Funtelpa), Hilbert Nascimento.
"Ela é uma verdadeira joia para o
atleta. É como a medalha olímpica e precisamos dar esse tratamento diferenciado
porque ela representa absolutamente tudo. Não é a premiação e o salário do
jogador mas sim a taça, que é o fechamento desse ciclo. O atleta se dedica,
luta por isso, para chegar à final do campeonato e levantar justamente a taça.
Então é por isso que nós pensamos muito na concepção desse objeto que realmente
é uma joia. É aço escovado, tem madeira certificada, é extremamente marcante
para nós porque é um vaso marajoara. E o melhor de tudo é que a torcida já
reconhece isso quando sugere e escolhe o nome da taça que é chamada Estrela do
Norte. É a conquista do Norte. Isso é muito forte e precisa ser valorizado
dessa forma porque tem uma simbologia muito forte para o atleta e para o
torcedor", afirmou Hilbert.
A peça foi trazida ao estádio dentro de
uma caixa de proteção e, até a entrega, não pôde ser tocada sem luvas. "O
cuidado é não só com a pandemia, mas sim um protocolo mundial que se tem com as
taças importantes. A taça do campeão do mundo só pode pegar nela o Chefe de
estado e quem foi campeão. Eu não tenho o direito de tocar nessa joia porque eu
não jogo e não sou chefe de estado para representá-la. Os campeões podem tocar
porque eles correram, jogaram, lutaram por ela. Ela agora pertence a eles. É
algo que estamos tentando institucionalizar para a valorização do produto para
tratar aquilo como deve ser tratado, com cuidado com zelo", explicou Del
Filho Araújo, consultor da Funtelpa e responsável pela organização do evento.
O time com o melhor desempenho do
Parazão recebeu também um cheque de R$ 120 mil do patrocinador master, o Banco
do Estado do Pará (Banpará). Paola Costa, superintendente da área de Marketing
da instituição acredita que o valor vai ajudar o clube a impulsionar o time em
outras competições. "O campeonato é extremamente importante tanto para a
economia quanto para quem torce. Ter agregado à marca do Banpará a ele é
extremamente gratificante, pois temos milhões de paraenses torcendo. A
Funtelpa, em parceria com a Federação e o Banpará, transformou esse campeonato
que já tem o carinho do povo e eles tornaram ainda mais grandioso, apesar dos
percalços desse ano", ponderou Paola.
Pela primeira vez na história do
campeonato, a final ocorreu de portões fechados, sem a presença das torcidas,
com equipes de trabalho reduzidas e adoção de protocolos preventivos, como
medição de temperatura, uso obrigatório de máscaras de proteção e álcool em
gel.
Mas para compensar a ausência da
torcida, o clássico "Rei da Amazônia" foi transmitido pela TV Brasil
(TV aberta), TV Cultura (TV aberta), TV Meio Norte (TV aberta e fechada),
Band-Macapá (TV aberta) e outras afiliadas. Dessa forma, o alcance da final
chegou a quase todo o Brasil.
"O balanço é extremamente positivo.
A nossa primeira experiência foi em 2019 com o campeonato e desde lá o Governo
do Pará vem preparando essa evolução que o produto precisa, que ele possa
atingir a grandeza do amor que a torcida tem pelo futebol do Estado e
consequentemente pelo esporte. É uma coisa que impacta completamente na
educação e divulga a nossa cultura. No momento em que temos uma final do
campeonato paraense sendo transmitida para todo o Brasil com três redes
nacionais parceiras é o reflexo de que esse projeto é vencedor e mostra o
esporte de uma forma diferenciada, independente de pandemia. Até que ela nos
ajudou bastante em nível de visibilidade porque com essa limitação do torcedor
ir ao estádio de futebol, o evento se tornou uma grande reunião familiar e de
amigos, de pessoas que celebram o esporte e o futebol", complementou
Hilbert.
O titular da Secretaria de Estado de
Esporte e Lazer (Seel), Arlindo Silva, agradeceu o empenho dos profissionais
das Secretarias de Estado de Saúde e de Segurança Pública e Defesa Social.
"Estamos encerrando esse Parazão. Diante de toda essa pandemia que o mundo
está vivendo, nós podemos destacar esse RexPa. Nunca houve uma final com
clássico sem torcida, mas diante de todo o protocolo buscamos que as pessoas
que jogaram e trabalharam não fossem contaminadas pela Covid-19 e o Governo do
Pará teve essa preocupação", disse.
Presidente da Federação Paraense de
Futebol (FPF), Adécio Torres, acredita que o campeonato superou a sua missão
nesta edição. "Quero agradecer a Deus por ter me dado saúde juntamente com
a minha equipe da Federação Paraense de Futebol, à CBF (Confederação Brasileira
de Futebol) que nos ajudou nesse campeonato, e ao Governo do Estado. Eu acredito
que sem essas pessoas nós não teríamos chegado à essa final. O futebol paraense
está de parabéns, hoje é um dia histórico com um clássico Rei da Amazônia de
portões fechados. Acredito que chegamos até aqui porque trabalhamos dia e noite
para não falharmos em nada. Nós conseguimos divulgar o nosso campeonato para
todo o Pará e todo o Brasil", afirmou Adécio.