“A vacina dTpa é segura e está
disponível a todas as gestantes, em unidades públicas de saúde. A imunização
previne complicações gestacionais evitáveis e, principalmente, que o bebê seja
infectado num momento em que sua imunização primária não está completa. Nos
pequenos, sobretudo, menores de seis meses, a coqueluche, por exemplo, está
associada a elevado risco de morte. Entre 2012, 2014 e, mais recentemente, em
2018, observamos expressivo aumento de casos de coqueluche, no Brasil. Ao mesmo
tempo, a cobertura vacinal tem se mantido baixa. Mais do que nunca, precisamos
evitar que novos surtos aconteçam”, explica a ginecologista Dra. Cecilia Roteli
Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Febrasgo.
Dentre outras alterações, o período gestacional é caracterizado por relativa diminuição da imunidade adaptativa para acolhimento do material genético paterno, estranho ao corpo da mulher. Essas alterações mantêm-se ao longo da gestação e são revertidas gradualmente à normalidade, ao longo dos 12 meses posteriores ao parto. Nesse período, a imunidade do feto e do bebê encontra-se em contínua formação. “Anticorpos maternos da classe IgG atravessam a placenta e conferem proteção passiva à criança até, aproximadamente, os 15 meses de vida. Esses anticorpos também são transmitidos pelo leite materno”, destaca a médica.
A transmissão de coqueluche e difteria ocorre, majoritariamente, por meio de gotículas de secreção respiratória (fala, tosse ou espirro). O tétano neonatal é transmitido por meio da contaminação do coto umbilical com os esporos da bactéria presente instrumentos não esterilizados adequadamente.
“Os casos de coqueluche estão ligados à
necessidade de vacinação da gestante e/ou do bebê. A gestante pode receber a
dTpa a partir da 20ª semana. De acordo com seu histórico de imunização, pode
ser recomendada uma ou duas doses da vacina. Em caso de novas gestações, a
mulher deve refazer o esquema vacinal para proteger a nova criança em
formação”, completa a Dra. Cecília.