A Secretaria Municipal de Educação (Semec) participou da roda de conversa promovida pelo “Agosto Indígena na Mairí dos Povos”, e apresentou as políticas públicas de promoção à educação dos indígenas na capital. Uma das medidas anunciadas é a implantação de uma escola indígena no município.
O evento encerrou as atividades alusivas ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto. Além da Semec outras entidades participaram do encontro, realizado neste sábado, 28, no Memorial dos Povos, trazendo suas experiências no atendimento aos indígenas.
A ouvidora geral de Belém, a indígena
Márcia Kambeba, convidou os presentes incialmente para uma roda de cantoria
para acender a chama das culturas,
afirmando e revitalizando o diálogo dos povos indígenas e políticas públicas no
contexto urbano.
Um dos destaques foi a participação da liderança indígena do Alto Rio Guamá, kokoixumti Tembé Jathiati Parkateje, conhecido como professor Wender Tembé. Atualmente, Wender coordena a Educação Escolar dos Indígenas, Imigrantes e Refugiados (CEIIR), na Semec, que pela primeira vez está construindo um projeto político pedagógico participativo para atender os mais de 200 estudantes indígenas da etnia Warao matriculados na rede municipal de ensino. Ele enfatizou o compromisso da atual gestão municipal na valorização dos povos tradicionais.
“Os indígenas não brigam por progresso, os indígenas brigam pelos seus direitos garantidos na Constituição. E temos que nos juntar para que todos saiam beneficiados”, assegura Wender Tembé, que anunciou a implantação da primeira escola indígena na capital paraense.
Wender ressalta, que a atual gestão municipal proporcionou à nação indígena aparecer dentro de Belém, uma vez que nos governos anteriores estavam sumidos. "Aos poucos estamos conseguindo ocupar os espaços que merecemos", informou.
Uma força tarefa para criar e registrar a primeira escola indígena de Belém para atender o povo Warao está em ação na Semec. Segundo Wender Tembém, professores da rede municipal serão convidados para visitar a Casa de Apoio Indígena (Casai), em Icoaraci, que atende indígenas de todo o estado do Pará.
"Estamos também construindo o projeto político pedagógico da escola indígena que inclui o ensino da língua tradicional”, pontuou o coordenador.
Indígenas são atendidos na rede municipal de ensino
Atualmente, a rede municipal de ensino
atende os indígenas em diversas escolas, entre elas: Escola Municipal
Professora Maria Heloísa de Castro, Escola Municipal Nosso Lar, ambas
localizadas no bairro do Tapanã. Além das escolas municipais Professor Pedro
Demo, Monsenhor Azevedo, e a Unidade de Educação Infantil (UEI) Itaiteua,
localizadas no distrito de Outeiro.
“Eles querem aprender a Língua
Portuguesa, resgatar sua cultura, escrever e falar em Espanhol, ou seja,
desejam ser trilíngues, o que representa um grande desafio para os professores.
É nos diálogos que vamos construindo e implementando uma pedagogia que respeite
a diversidade, a pluralidade, os sujeitos
de direitos da Amazônia”, explica a secretária de Educação, Márcia
Bittencourt.