Além de atuar no desenvolvimento do
bebê, fortalecer o vínculo entre mãe e bebê, e trazer inúmeros benefícios para
a saúde de ambos, o aleitamento materno também ajuda na prevenção ao câncer de
mama.
A explicação vem do fato de que as lactantes, mulheres que produzem o leite e amamentam, experimentam algumas mudanças hormonais, entre elas a redução na exposição ao estrogênio, hormônio que pode promover o crescimento de células de cancerígenas.
Segundo Danielly Souza, nutricionista
clínica da Pró-Saúde que atua no Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra.
Anna Turan (HMIB), o aleitamento materno cria mecanismos de adaptação e indução
no corpo da mulher, que auxiliam na prevenção do câncer de mama.
A profissional, que é responsável técnica pelo Banco de Leite Humano do HMIB, destaca ainda que algumas pesquisas mostram que, nesse período, ocorrem trocas de substâncias em que os hormônios agem como fator de proteção em relação ao câncer de mama.
A médica ginecologista Waléria Plácido, destaca os benefícios da amamentação. “O leite materno é rico em proteínas, vitaminas, anticorpos, gorduras e água. Ele nutre e protege o bebê, influenciando sua saúde para o resto da vida e criando maior resistência contra doenças como obesidade e diabetes”, explica a profissional.
“A recomendação da amamentação por até dois anos ou mais traz benefícios para a criança e vale para todas as mulheres em fase de lactação. Além disso, o processo de desmame do bebê pode acontecer de forma mais natural com o passar dos anos ”, complementa Waléria.
A especialista da Pró-Saúde, que também atua no HMIB, destaca que, quanto mais tempo a mãe amamenta, menores são as chances de se desenvolver um tumor no futuro. “Ou seja, tanto mãe quanto bebê se beneficiam do aleitamento”, pontua.
De acordo com estudo publicado em 2016
pela revista médica The Lancet, universalizar a amamentação, com incentivo ao
ato nos primeiros anos de vida da criança, entre seis meses até dois anos ou
mais, evitaria a cada ano, a morte de 800 mil crianças e 20 mil mulheres
vitimadas pelo câncer de mama.
Mesmo com a amamentação, a mulher deve
realizar o autoexame e outros exames preventivos, como a mamografia, além de consultar
um médico anualmente, principalmente depois dos 40 anos.