![]() |
Crédito: Jader Paes / Agência Pará |
Construir a imagem mais próxima possível do suspeito a partir de informações fragmentadas sobre as características do rosto - formato, sobrancelha, olhos, nariz, lábios e cabelo -, fornecidas à Polícia pelas vítimas, testemunhas ou informantes. Este é o grande desafio de papiloscopistas da Polícia Civil do Pará (PCPA), cuja técnica auxilia na elucidação de crimes.
"O retrato falado é um procedimento feito através de um software específico, onde vamos montando as partes da composição de um rosto, como um quebra-cabeça. Em qualquer cena de um ato delituoso, o delegado busca saber se a vítima consegue lembrar das características do criminoso, para ser encaminhada aos papiloscopistas, que possuem técnicas especiais para garantir um atendimento humanizado e eficaz, com um alto grau de compatibilidade de semelhança da imagem construída na mente da vítima com a confeccionada pelo profissional", pontua Jorge Almeida, diretor da Diretoria de Identificação "Enéas Martins" (Didem) da PCPA.
Papiloscopista da PCPA há 30 anos, Ana Pimentel ressalta, que, em 2021, foram contabilizados mais de 90 retratos falados. "Pelo menos 40% deles foram peças fundamentais para a elucidação de crimes, que, muitas vezes, não teriam solução sem a utilização dessa técnica. Diferente dos primeiros retratos, que eram feitos em desenho, de forma manual, as confecções atuais são realizadas a partir de ferramentas tecnológicas precisas", diz.
As imagens confeccionadas pela equipe de
papiloscopistas da Polícia, composta por cinco profissionais, apresentam, em
média, 90% de semelhança. Além do banco de imagens do Instituto Nacional de
Identificação, em Brasília, que é o mesmo da Polícia Federal, a Polícia Civil
do Pará utiliza também um banco regional, construído pelos próprios
profissionais, que integra fragmentos de rostos com características da região
amazônica, com um fenótipo mais peculiar da população local, o que auxilia no
processo de construção. É desenvolvido em parceria com o Parque de Ciência e Tecnologia
- PCT/Guamá.
É importante frisar que o trabalho do retrato falado não se resume à identificação de criminosos, mas também engloba o envelhecimento facial, principalmente, em casos de crianças desaparecidas, assim como para a comparação fácil por meio de fotografia.
O DIA
Neste sábado (5) se celebra o Dia do
Papiloscopista, que, além da atribuição de confeccionar o retrato falado,
trabalha com emissão de carteiras de identidade, realização de perícias
técnicas para apurar fraudes em documentos, identificação de criminosos, por
meio de análise de impressão digital, além de analisarem imagens de circuitos
de segurança para elaboração de laudos.