Soure e Portel celebram aniversário como potências turísticas do Marajó


O búfalo representa a principal fonte das diversas atividades econômicas do município de Soure, inclusive para trabalhos de tração, em fazenda - Foto Agência Pará

Considerada como a capital do arquipélago do Marajó, a cidade de Soure completa 170 anos nesta sexta-feira, 20. Um dos principais destinos turísticos do estado, o município reúne belezas naturais em seus 3.512 km² de extensão. Já na próxima terça-feira, 24, é a vez da cidade de Portel comemorar seus 259 anos de emancipação, sendo um dos municípios mais antigos do Pará.

Soure é também conhecida como a “Pérola do Marajó”, título disputado com o município vizinho, Salvaterra. É uma boa pedida para os amantes das praias de água doce e também para aqueles que gostam de apreciar a natureza apresentada nos manguezais e fazendas. Os búfalos são uma das maiores atrações turísticas da cidade, que possui mais de 24 mil habitantes e está localizada na microrregião do Arari.

“Sou nascida e criada em Soure, e tenho muito orgulho das minhas raízes marajoaras. Esse lugar é envolvente, inesquecível para aqueles que conhecem o encanto de nossas praias e cultura. Ninguém imagina chegar ao Norte do país e ter que dividir espaço com búfalos”, rindo, disse a dona de casa, Rosa Maria, 58 anos.

Entre as atrações naturais do local, as praias têm destaque. A do Pesqueiro possui dunas que se espalham por quase toda extensão. Na praia de Araruna, Soure revela seu lado selvagem. O balneário fica próximo a uma área de mangue e atrai inúmeros turistas por sua peculiaridade.

O búfalo representa a principal fonte das diversas atividades econômicas do município de Soure, a começar pela culinária. Toda a carne, leite e derivados vêm deles. Os animais também são utilizados para trabalhos de tração, em fazendas. Quando são abatidos, seu couro também é aproveitado para a confecção de bolsas, sandálias, cintos, chapéus e outros assessórios. Os chifres podem ser utilizados para artesanato e a cabeça para a festa do Bumba meu Boi ou como ornamento.

Portel
Portel também apresenta deslumbrante cenário ecológico
O município de Portel, com seus mais de 9 mil habitantes, também apresenta deslumbrante cenário ecológico reunindo furos, belas praias e grande quantidade de ilhas que formam belas paisagens, fazendo da atividade turística uma fonte de recursos para a população local, desenvolvida em grande escala durante os períodos de alta temporada, como no período de férias e nos feriados prolongados.

Para o bacharel em Direito Idinor Ferreira, nascido em Portel, filho de pais nordestinos que vieram para a Amazônia no final da década de 70, “Portel dispõem de uma natureza fantástica, além de um povo caloroso e receptivo. Tenho imenso orgulho da minha cidade e falo muito bem dela por onde vou”, declarou.

Portel está entre os 52 municípios do estado que receberam, em 2016, recursos destinados a atenção básica de saúde. Foram entregues ambulâncias de dois tipos: para remoção simples (tipo A, no valor unitário de R$ 75 mil) e de alta resolução (tipo B, no valor de R$ 144,5 mil). Esses fundos são resultado de emendas parlamentares de deputados estaduais.

“O avanço para a maior oferta de ambulâncias e equipamentos na área de saúde em todo o Pará é resultado direto do franco esforço do Governo do Estado em assegurar recursos para a execução das emendas parlamentares voltadas para o atendimento de várias comunidades. Mesmo em um ano de grandes dificuldades, o Estado entende a necessidade de aproximar o parlamento da base e possibilitar que o deputado possa ter uma ação mais direta junto aos municípios e à comunidade”, disse o chefe da Casa Civil da Governadoria, José Megale, ao avaliar como positivo a relação existente entre os poderes Executivo Legislativo e Judiciário no Pará.

Saúde

O Hospital Regional Público do Marajó realizou, de janeiro a dezembro do ano passado, 174.088 exames, 17.232 atendimentos ambulatoriais, 2.617 cirurgias, 4.268 atendimentos de urgência, 2.223 transfusões de sangue e 338 partos (normais e cesarianas), totalizando 200.766 atendimentos. Esses números refletem os investimentos do governo do Estado na interiorização da saúde pública.

O diretor executivo da unidade, Joaquim Fonseca, destaca que dos atendimentos ambulatoriais, os casos de trauma/ ortopedia lideram o ranking, com 4.422 atendimentos, entre acidentes de trânsito, especialmente envolvendo motos; arma de fogo, arma branca e acidentes domésticos e de trabalho. “Aqui os usuários têm a mesma qualidade e excelência de atendimento oferecida em qualquer capital do país”.

O hospital tem mais de 300 funcionários e oferece 70 leitos, clínicas integradas com as especialidades de obstetrícia, cirurgia, ortopedia, oftalmologia, cardiologia, pediatria, clínica médica, anestesia, terapia intensiva, além de exames laboratoriais, por imagem e métodos gráficos. Dispõe também de centro cirúrgico e obstétrico com três salas cirúrgicas, uma para reanimação, ambiente de pós-operatório e uma sala pré-operatório, além de uma unidade de ambulatório com cinco consultórios.

Sustentabilidade

A universalização do acesso à água começa a se tornar realidade em 105 comunidades de 26 municípios das regiões do Marajó e do Xingu. No último dia 10 de janeiro, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), assinou o termo de compromisso que permite o início da implantação dos sistemas de abastecimento de água nas localidades em parceria com o Programa Água para Todos, do governo federal. Serão instalados 105 sistemas coletivos de abastecimento de água (SCAA) em um investimento de mais de R$ 21 milhões que vai beneficiar inicialmente 6.854 famílias de produtores rurais.

No Marajó, os municípios beneficiados serão Afuá, Anajás, Chaves, Bagre, Breves, Melgaço, Gurupá, Muaná, Portel, Cachoeira do Arari, Curralinho, Ponta de Pedras, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista, Soure e Salvaterra.

“A implantação dos sistemas de abastecimento é um passo importante para o desenvolvimento da área rural dos municípios, sobretudo na região do Marajó, onde se concentram os mais baixos índices de desenvolvimento humano do Estado”, afirmou recentemente o então secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hildegardo Nunes.

Economia

O Banco do Estado do Pará (Banpará) inaugurou, em novembro de 2016, mais uma agência no Marajó, desta vez em Melgaço. Nesse contexto, além de regiões como o sul e sudeste paraenses, que já contam com 80% de cobertura da rede bancária estadual, o Banpará estabeleceu o arquipélago do Marajó como uma de suas prioridades de investimentos. Em 2010, o banco tinha unidades apenas em Afuá, Breves e Salvaterra. Com a ampliação da rede de atendimento, Anajás, Muaná, Soure, Curralinho e Melgaço já foram contempladas. Ponta de Pedras, Cachoeira do Arari e Portel serão os próximos municípios a receberem uma agência do banco.

“Esse esforço de expansão é percebido muito claramente nos municípios em que o banco inaugura agências, onde elas ainda não existiam. Em um ano nota-se a mudança no comércio e na economia locais, porque, além de levar crédito, serviços e inclusão bancária à população e às empresas instaladas, a presença do banco faz com que o dinheiro circule naquele município. Um servidor deixa de receber seu salário em outro município e o dinheiro passa a circular na cidade em que ele vive”, pontua Jorge Antunes, diretor de crédito e fomento do Banpará.

Mobilidade

Em novembro de 2016, quatro novas linhas de transporte hidroviário receberam autorização da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon) para operar. As concessões foram para as linhas de Óbidos a Santarém, de Belém a Portel e duas de Mocajuba a Cametá.

A viagem entre Belém e Portel, que também é feita em 18 horas e com parada em Breves, agora é feita em 12 horas pela T. do Vale André Navegação. “Queremos prestar o melhor serviço possível, com conforto, segurança e sem paradas, o que até então não existia”, afirmou o representante da empresa, Tiago André.

“Essa ação foi alavancada a partir da intensificação de ações de fiscalização, que identificaram serviços de transporte oferecidos por empresas privadas sem a devida delegação da agência. As empresas que atuam de modo irregular, em sua maioria, operam com embarcações que não oferecem segurança aos passageiros, além de não estarem comprometidas com as questões regulamentadas, e, principalmente, não observarem os direitos dos usuários”, avaliou a gerente do Grupo Técnico de Transporte Hidroviário (GTH), Martinha Rocha.