O Dia Mundial do Câncer, que
transcorre neste sábado (4), alerta para a prevenção dos fatores de risco, como
o tabagismo, obesidade e o sedentarismo. Já a prevenção secundária recomendada
é o diagnóstico precoce da doença, que é a segunda causa de morte no Brasil. A
informação é da diretora técnica da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia
Doutor Vitor Moutinho (Unacon), Ana Paula Borges.
“Quando detectado precocemente, o
câncer tem 90% de chances de cura”, diz ela, citando a importância dos exames preventivo
e mamografia, que conseguem diminuir em 30% a mortalidade do câncer de colo de
útero e mama, respectivamente. Segundo estimativas do Instituto Nacional do
Câncer (Inca) para 2017, estima-se a ocorrência de mais de 600 mil casos da
doença no país. Entre os homens, são esperados 295,2 mil novos casos, e entre
as mulheres, 300.870. O tipo mais
incidente em ambos os sexos será o de pele não melanoma, no homem, o de
próstata, e na mulher, o de mama. “A prevenção ainda é o melhor caminho para se
evitar a doença”, destaca Ana Paula.
Funcionando na cidade de Tucuruí,
no sudeste paraense, a Unacon faz tratamento de câncer desde abril do ano
passado. Na cidade, os tipos mais comuns de câncer são de próstata, gástrico e
cólon retal, se diferenciando do cenário nacional. “A região Norte é a única
onde o câncer de mama não será o mais incidente em mulheres. O mais incidente
na população feminina na região é o câncer do colo de útero. Isso se deve a
aspectos socioculturais e econômicos”, explica a diretora, informando que na
população masculina chama atenção a alta incidência de tumores gástricos, pelo
hábito de comer alimentos salgados ricos em substancias carcinogênicas.
Para ela, o aumento do número de
casos no Brasil se deve, principalmente, pelo envelhecimento da população.
Quanto maior a expectativa de vida, maior a incidência do câncer. A neoplasia
de próstata, o tipo mais incidente em homens no Brasil, excluindo o de pele,
tem como um dos principais fatores de risco a idade. “Infelizmente, em nosso
pais há uma subnotificação dos casos de câncer”.
Para ela, o tabagismo é o fator
de maior risco, não só por aumentar o risco de câncer de pulmão, como já é
bastante conhecido, mas também por aumentar o risco de outros tipos de câncer,
como de estomago, bexiga, pênis, colo de útero, boca e esôfago. Além disso, o
tabagismo piora a resposta ao tratamento e aumenta a mortalidade, devido a
complicações infecciosas e menor capacidade pulmonar, aumentando o risco de
doenças cardiovasculares.
Referência para o tratamento de
câncer na região, a Unacon fechou 2016 com saldo de 7.487 atendimentos, entre
eles médicos, de quimioterapia, de enfermagem, exames e do serviço social,
entre outros.