Hospital Metropolitano capacita colaboradores de clube de Belém em primeiros socorros



À medida que mais pessoas passam a ser adeptas de esportes de alto desempenho como o futebol e a corrida, clubes e academias precisam estar preparados para oferecer ajuda caso estes praticantes tenham problema durante a prática esportiva. Neste cenário, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) capacitou um grupo de colaboradores do departamento de Futebol da Assembleia Paraense, tradicional clube social de Belém (PA), para realizar procedimentos de Suporte Básico de Vida com foco em ressuscitação cardiopulmonar.

Dividido em duas datas, o curso teve a parte prática realizada nesta terça-feira, 16/5, durante uma simulação realística no campo de futebol do clube. A simulação contou com a participação de alunos do programa de Residência Multiprofissional da unidade. Residente de Fisioterapia, Luã Alves Araújo, ficou com a tarefa de simular uma queda durante um jogo de futebol.

Com o jovem no chão, a ajuda dos colaboradores do clube foi acionada. Eles tiveram que colocar em prática os procedimentos aprendidos no dia 9/5, durante treinamento no HMUE, em Ananindeua (PA). Sob a orientação do coordenador do Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP) da unidade, Leonardo Ramos Nicolau da Costa, os trabalhadores do clube usaram bonecos de treinamento para executar passos da ressuscitação como a massagem cardíaca e a ventilação, conhecida popularmente como respiração boca a boca, além de usarem o desfibrilador elétrico para reanimação.

Colaborador do clube há seis anos, Maciel Matias, participou das duas fases do treinamento. Na primeira, o conhecimento adquirido ajudou a derrubar ideias pré-concebidas e medos sobre a ressuscitação. “Muitas vezes pensamos que é só fazer uma massagem no peito da pessoa, mas não é assim. Aqui aprendemos a fazer corretamente. A gente ouvia falar muito da respiração boca a boca, imaginava que era o principal, mas o curso mostrou outros procedimentos”, contou.

Participar de uma simulação realística permitiu a Maciel avaliar se está preparado ou não para ajudar alguém que estiver em situação de parada cardíaca. “Hoje aprimoramos o que vimos na teoria. Espero que a pessoa que eu possa tentar salvar sobreviva e isso seja um motivo de orgulho”, apontou.

A residente de Enfermagem, Erica Borges, destaca a orientação dos procedimentos básicos de suporte de vida a leigos como uma chance de volta à vida a quem sofre a parada. “Nós partimos da premissa de que devemos espalhar conhecimentos sobre  a reanimação. Ensinamos o básico. Se você tiver alguém próximo que possa fazer o atendimento, esta pessoa terá maior chance de sobrevida”, refletiu a residente.

O médico do HMUE, José Geraldo Veloso, concorda e acredita que treinamentos como este são importantes por deixarem os procedimentos de ressuscitação ao alcance de todos. “A parada cardiorrespiratória é uma situação que acontece no dia a dia das pessoas, pode ser no campo de futebol, pode ser no shopping center, pode acontecer com qualquer um de nós. O que foi passado aqui é um protocolo conhecido internacionalmente, dado de uma forma prática. Quem participou sai daqui com conhecimento prático para reanimar um paciente se for necessário. É um conhecimento para a vida toda”, apontou.

O caráter prático é o que destaca o treinamento, de acordo com o coordenador do DEP, Leonardo Ramos. Ele também aponta que o fator tempo é fundamental para o sucesso do procedimento. “Estamos simulando situações que podem vir a acontecer. Hoje conseguimos fazer o treinamento em sete minutos e vinte segundos. Em dois minutos o desfibrilador já estava no local. Precisamos enfatizar a questão do suporte e do uso do desfibrilador. A cada minuto que o paciente não recebe auxílio, ele corre risco de perder 10% de sua sobrevida”, informou.

Parceria

O treinamento de Suporte Básico de Vida faz parte de uma faz parte de uma parceria entre o Hospital Metropolitano e a Assembleia Paraense. Como contrapartida a unidade, que é gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), recebeu do clube a doação de cinco bonecos para treinamento de ressuscitação cardiopulmonar e um desfibrilador elétrico automático.

O material será usado nas aulas do programa de Residência Multiprofissional e nos demais treinamentos de suporte de vida ministrados na unidade.

Segundo o diretor-secretário do clube, Paulo Storino, a Assembleia Paraense tem como objetivo capacitar todo seu corpo funcional no atendimento de primeiros socorros. “A importância deste tipo de treinamento é enorme porque se busca salvar vidas”, finalizou.