Inicia nesta quarta-feira (16) o Fórum
Nacional Confap Belém 2017, evento do Conselho Nacional das Fundações Estaduais
de Amparo à Pesquisa (Confap), que será realizado nesta edição pela Fundação
Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). A abertura do evento será
livre ao público, a partir das 19h, no Palácio dos Despachos.
O evento prossegue até sexta-feira (18).
O papel da ciência e tecnologia na região será debatido por representantes de
todas as fundações estaduais de amparo à pesquisa do país e por representantes
de agências nacionais de fomento.
Menos de 1% dos recursos federais são
investidos na Amazônia em termo de ciência e tecnologia, o que preocupa muitos
pesquisadores, já que trata-se da maior biodiversidade do planeta. A região
está no centro dos interesses internacionais, mediante a carência de
conhecimento para conciliar desenvolvimento e preservação, por meio de investimentos
em capacitação, pesquisa e inovação.
Durante o evento a Fapespa lançará o
Boletim de Ciência, Tecnologia & Inovação Pará 2017. Haverá, ainda, a
palestra "Amazônia: o maior desafio nacional do século XXI",
apresentada pelo Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação
Profissional e Tecnológica, Alex Fiúza de Mello.
Na quinta-feira, de 9h às 10h30, na
Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), a sociedade também está
convidada a participar da mesa redonda que debaterá sobre o papel da ciência e
tecnologia no desenvolvimento da Amazônia. Logo após, a Fapespa apresentará os
dados do Boletim de Ciência, Tecnologia & Inovação Pará 2017. No restante
da programação serão realizadas reuniões fechadas entre os participantes do
fórum.
Outro ponto que será discutido diz
respeito a grave crise que se abate no sistema de ciências, tecnologia e
inovação a nível nacional com cortes significativos de recursos no CNPQ, na
CAPS e na FINEP. O recurso do CNPQ, por exemplo, já foi cortado em mais de 50%.
Diante disso, um dos objetivos desta edição do Confap é encontrar uma solução
conjunta para amenizar a crise. Também haverá o debate sobre a questão dos
marcos legais nos Estados - alinhados com a Lei Federal - e a ampliação de
acordos e novas cooperações, além de uma visita ao Parque de Ciência e
Tecnologia Guamá da Universidade Federal do Pará, para apresentar aos
representantes das fundações a estrutura dos laboratórios.
De acordo com o presidente da Fapespa,
Eduardo Costa, essa é uma das oportunidades para que a sociedade possa ser
protagonista da construção de uma solução para a carência e para os cortes de
investimentos. "De que adianta ter a maior biodiversidade do planeta, uma
potencialidade gigantesca em termos de fitofármacos, fármacos, químicas, novos
materiais, se não geramos conhecimento para nos apropriarmos daquilo que a
natureza nos deu? Infelizmente a Amazônia ainda permanece na periferia do
interesse estratégico da nação brasileira. Esperamos que realmente consigamos
sensibilizar os operadores da ciência tecnologia e inovação em nível nacional
para que tenhamos mais recursos nas universidades, estudos e pesquisas, para
que os pesquisadores da Amazônia desenvolvam o trabalho brilhante que já vem
fazendo com poucos recursos", destacou.
Para a presidente do Confap, Maria Zaira
Turchi, Belém foi uma excelente escolha e os debates tendem a gerar resultados
positivos."É um fórum altamente representativo e deliberativo de políticas
e programas para o avanço das pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação
porque reúne todas as 26 Fundações dos Estados Brasileiros, as agências
nacionais, como CNPq, Capes, Finep e Ministérios, o setor empresarial e os
parceiros internacionais, como a Comissão Europeia. Nesse encontro são pensados
e propostos novos acordos e cooperações, que trazem mais recursos e a
possibilidade do trabalho ser fortalecido por contar com redes e parceiros
todos na mesma direção do desenvolvimento científico, tecnológico e de
inovação", finalizou.