Entre as medidas anunciadas, na
última semana, pelo novo secretário de segurança pública do Estado, Luiz
Fernandes Rocha, está o apoio à implantação e a expansão de sistemas de
videomonitoramento nos municípios paraenses, em parceria com as prefeituras.
Dentro desse projeto, que vai reforçar o combate à violência no Pará, o
município de Oriximiná, no baixo Amazonas, irá receber, neste mês de março, 15
câmeras de videomonitoramento. O sistema já é usado pelo Centro Integrado de
Operações ( Ciop) na Região Metropolitana de Belém (RMB), e em outros seis
municípios paraenses.
“A importância dessa expansão pelo interior é
atender à demanda, principalmente das prefeituras e da população, para combater
à criminalidade. Temos comprovada a eficiência do sistema de videomonitoramento
que auxilia no combate à violência, especialmente com o registro de atitudes
suspeitas e tráfico de drogas. Prever o local no qual vai acontecer o crime,
não tem como, mas através desses indicativos, conseguimos identificar e atuar
com maior eficácia”, garante o coordenadora do Ciop, Marcela Silveira.
A missão do Centro Integrado é
mediar à comunicação entre o cidadão e os órgãos de segurança pública do Pará
(Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Detran, Susipe e
Centro de Perícias Científicas Renato Chaves) possibilitando o registro de
ocorrências de urgência e emergência na área de segurança pública. Isso
permite, entre outras coisas, o despacho oportuno de guarnições com o objetivo
de promover um atendimento estratégico na RMB.
O Ciop funciona, diariamente, 24
horas por dia, com o serviço de militares estaduais e colaboradores civis, que
trabalham em um ambiente de acesso restrito.
A partir de 2005, o Centro
Integrado passou a realizar também o serviço de monitoramento por câmeras de
segurança em vias públicas, o chamado videomonitoramento.
Funcionamento
Ao todo, 109 câmeras instaladas
na RMB são monitoradas por policiais
militares e bombeiros em jornada extraordinária no Ciop. Esse
videomonitoramento ocorre durante 24 horas, de segunda a segunda. O
videomonitorador, ao detectar uma ocorrência, aciona o coordenador de
operações, um oficial da Polícia Militar, que fica na sala de monitoramento.
Ele então gera uma ocorrência no sistema, acionando imediatamente uma viatura
na rua.
Na RMB e em municípios do estado,
as câmeras estão distribuídas, segundo o quadro abaixo:
Belém - 109
Capanema - 05
Castanhal - 20
Salinas - 10
Santarém - 17
Altamira - 50
Paragominas - 32
Total - 243
Em 2017, as câmeras de
videomonitoramento registraram 378 ocorrências. O maior número ocorreu no mês
de outubro (58). Dentre as principais
estão: 52 acidentes de trânsito, 49 atitudes suspeitas e 37 consumos de
drogas.
Tecnologia – Para atualizar e
aperfeiçoar o trabalho de videomonitoramento, em 2017, o Ciop instalou novas
tecnologias nos Núcleos Integrados de Operações (Niop) nos municípios, o
chamado I / Netdispatcher web, uma tecnologia especializada para serviço na
área de segurança pública. O programa busca controlar e gerar dados detalhados
de ocorrências registradas pelo tridígito 190.
O objetivo é registrar mais
informações e cruzar dados para cada ocorrência. Dessa forma, é possível
agilizar o atendimento à população, via contato telefônico pelo 190, buscando
otimizar os recursos de segurança pública.
Entre as funções desse novo
sistema está o sistema de georreferenciamento, responsável por fazer a imediata
relação entre o local da ocorrência e a posição das viaturas, ou seja, a
visualização simultânea com o detalhamento de ocorrências (naturezas); a lista
de viaturas (rastro integrado); o despacho de guarnições integrado com o
monitoramento de câmeras com melhor interatividade via web e intranet, o que
garante o funcionamento do sistema também para os Niops, localizados em vários
municípios do Estado.
Apenados
Em 2016, o Ciop passou a
monitorar os presos que cumpriam pena em regime aberto e semiaberto na RMB. O
serviço é possível graças ao sistema integrado de rastreamento acessado tanto
pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) como pelo
Centro Integrado.
Com o novo sistema - que une as
tecnologias de rastro e georreferenciamento para o controle remoto dos sinais
emitidos pelas tornozeleiras eletrônicas - é possível acompanhar com mais
precisão a rotina dos apenados.
Outra inovação do novo sistema é
que os deslocamentos das equipes, não precisam mais ser feitos exclusivamente
pelo número 190.
Ao perceber um flagrante, o
videomonitorador passa a ocorrência direto para o despachante. Este, por sua
vez, aciona imediatamente a viatura, que leva, em média, de 8 a 15 minutos,
para atender a solicitação.
Marés - Em janeiro deste ano, o
serviço de videomonitoramento do Ciop passou a atuar também em parceria com o
Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). Com isso, é possível verificar o
índice das marés e como Belém vem sendo afetada pelas chuvas. São cinco câmeras
espalhadas pela RMB. “O importante é que isso ajuda a tomar decisões, dentro de
uma sala, sem ter que sair e se deslocar para locais distantes, a partir de
informações em tempo real, sobre toda a movimentação das marés”, destacou o
coronel Heyder Calderaro, diretor do Ciop.