Os acusados são o presidiário
Luiz Carlos Gonçalves Cordeiro, 19 anos, apontado como mandante do crime;
Jenildo Machado Palheta, 31 anos, responsável pelo fornecimento da arma, e
Sabrina de Nazaré Noronha Brandão, 19, mulher do presidiário, e responsável em
repassar a arma ao matador do policial militar, identificado como Michel Silva
da Silva, apelidado de "Cacique", que está foragido e com mandado de
prisão decretado pela Justiça. As prisões dos três envolvidos no crime foram
realizadas em uma ação conjunta da Divisão de Homicídios e Seccional do Guamá.
Durante a coletiva, o
delegado-geral anunciou a instalação de uma nova delegacia específica para
investigar mortes de agentes públicos, como policiais militares, policiais
civis, bombeiros militares, guardas municipais e agentes de trânsito. É a
Delegacia de Homicídios de Agentes Públicos (DHP), vinculada à Divisão de
Homicídios (DH). Criada no início de fevereiro deste ano, a DPH vai agilizar as
investigações desse tipo de crime.
Em relação aos 11 homicídios dolosos
de policiais militares registrados nos primeiros meses deste ano, 10 casos já
são considerados esclarecidos. Em todos eles, os policiais militares foram
mortos apenas por serem agentes da lei.
Investigação - Dos 11 casos, o
único ainda sem autoria definida é o assassinato do cabo PM Deyvison César
Braga de Oliveira, que foi executado na noite de domingo passado (11) por dois
homens que estavam em um carro. A vítima foi morta a tiros ao parar o carro em
um sinal de trânsito, na Rodovia Mário Covas com Avenida Independência, no
limite entre os municípios de Belém e Ananindeua. Durante a revista no veículo,
informou o coronel Hilton Benigno, foram encontradas drogas (maconha e cocaína)
no carro da vítima, fato que ainda está sendo investigado, para apurar se a
morte do policial tem alguma relação com as drogas.
O delegado Rilmar Firmino
destacou a rapidez do Sistema de Segurança em solucionar os casos envolvendo
mortes de policiais militares. "Quando um agente de Segurança Pública é
atingido pelo crime, toda uma sociedade é atingida", afirmou. Segundo o
comandante-geral da PM, há um trabalho intenso de acompanhamento pela Polícia
Militar em todos os crimes contra integrantes de suas tropas. "Essa é a
resposta à sociedade para desencorajar quem pretende cometer novos crimes
contra policiais. Tenham certeza de que todo o empenho será dado para prender
os autores", enfatizou o coronel Hilton Benigno.
Crime encomendado - Em relação à
morte do sargento Marinaldo Souza, explicou o delegado Daniel Castro, o
mandante do crime foi identificado como o presidiário Luis Carlos, de apelido
"Lucas". Informações apuradas durante o inquérito mostram que Luis
Carlos, quando foi preso, estava de posse de uma arma de fogo, que havia sido
emprestada por outros criminosos.
A arma foi apreendida pelos
policiais. Já na prisão, o acusado passou a ser cobrado pelos outros
criminosos, que queriam a devolução da arma. "A forma que ele (o
presidiário) encontrou para pagar seria matar um policial militar. E ele acabou
escolhendo o sargento Marinaldo, que era seu vizinho no Bairro do Guamá",
disse o delegado, acrescentando que o presidiário orientou Sabrina, sua
companheira, a planejar a morte do policial militar. Sabrina manteve contato
com Jenildo, que forneceu a arma para o crime, entregue depois para
"Cacique", encarregado de matar o sargento. No dia do crime, informou
o delegado, Sabrina ficou monitorando o policial militar até o momento em que
ele chegou em casa, na noite do sábado passado. "Cacique" foi ao
encontro do policial militar e o matou a tiros, roubando a arma do militar.
Após o homicídio, a arma usada no crime foi devolvida à Sabrina, que a repassou
a Jenildo.