Produtores de farinha “Piracuí”, típica
da região oeste paraense, podem contar agora com uma nova ferramenta de
incentivo à produção. A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará
(Adepará) regulamentou a atividade por meio da portaria nº 3.250. Com a
publicação do documento, os pequenos produtores passarão a ter seus
empreendimentos regularizados dentro das normas sanitárias exigidas em lei e
poderão comercializar a farinha de Piracuí para todo o Estado.
O estudo para regulamentação da
atividade foi realizado este ano em conjunto com a Universidade Federal do Pará
(UFPA). “A portaria normatiza a produção do Piracuí, gerando um padrão de
produção e garantindo mais segurança aos produtores. A ideia é que a partir de
agora todos os produtores de farinha de Piracuí, saiam da ilegalidade e comecem
a integrar a economia formal da região. Para isso, a Adepará vai orientá-los,
incentivando a certificação dessas atividades”, explica Luiz Pinto, diretor
geral da Adepará.
A regulamentação dessa produção atinge
diretamente a economia da região expandido cada vez mais a cadeia produtiva.
“Não se pode falar em desenvolvimento sem falar em formalização de atividades
econômicas. A partir do momento que tiramos esses produtores da informalidade e
legalizamos os processos de produção, todos saem ganhando”, completa Luiz.
Produtora de Piracuí, no município de
Prainha, Patrícia Hage diz que a regulamentação vai agregar valor à produção
dos trabalhadores da região. “Eu procurei a Adepará para a certificação dessa
produção e fui atendida. Essa regulamentação vai gerar renda para muitos
ribeirinhos e pequenos produtores, pois a região tem uma larga produção de
Piracuí, inclusive para subsistência dessas famílias”, destaca.
Ainda segundo Patrícia, o selo da
Adepará vai garantir a qualidade do produto e expandir a comercialização para o
restante do Estado. “Sabemos que o consumidor de hoje em dia busca produto de
qualidade e com um selo que comprove isso. Com essa certificação, ganha o
produtor, que passa a trabalhar com mais segurança e o consumidor, que começa a
receber um produto dentro das exigências da lei”, ressalta.
Produção
A produção da farinha do Piracuí é feita
do peixe conhecido como Acari, espécie abundante na região oeste do Estado.
Dentre as regras sanitárias presentes na portaria, está o cuidado desde o
recebimento do Acari, passando pela lavagem adequada do pescado, seguindo para
o cozimento do peixe, descamação, desfio da carne até a embalagem do produto.
No período de safra, que vai de setembro a janeiro, chega-se a produzir três
toneladas, com o quilo sendo vendido entre R$15 e R$20.
Para mais informações sobre o processo
de regulamentação da produção artesanal de farinha de Piracuí, os produtores
devem procurar os escritórios da Adepará, situados nos diversos municípios da
região.