Na Casa do Açaí, o Departamento de Vigilância Sanitária da Sesma monitora a qualidade do açaí e capacita os batedores artesanais. Foto: Tássia Barros - Comus |
Em reunião realizada na tarde desta segunda-feira, 01, no auditório do Banco do Brasil, na avenida Presidente Vargas, a Associação dos Vendedores Artesanais de Açaí de Belém (Avabel), em parceria com a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), reuniu batedores de açaí dos distritos de Belém para apresentar os laudos de exames coletados nos estabelecimentos comerciais da capital e, reconhecer os estabelecimentos que estão cumprindo as normas de higienização do fruto.
Equipes do Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (Devisa/Sesma) realizaram este ano, 268 coletas em estabelecimentos que comercializam a venda do açaí, destas, 134 coletas foram em locais que já possuem o selo de qualidade “Açaí Bom”, as demais coletas foram em locais denunciados por meio do telefone: 3236.1138 (Casa do Açaí).
Análise
De acordo com a gerente da Casa do Açaí, Camila Miranda, o resultado destas 134 análises dos locais que possuem o selo foi o que preocupou as equipes. “Deste número de estabelecimentos propriamente autorizados para a comercialização, apenas 28 estão com laudo satisfatório, ou seja, o açaí que pode ser consumido sem causar nenhum prejuízo à população. Os demais, 98 foram considerados insatisfatórios e, de oito estabelecimentos, nós ainda estamos aguardando os resultados”.
Com este resultado, representando apenas 21% dos estabelecimentos com laudo satisfatório, levantou-se o alerta para a forma que está sendo feito o processamento do fruto. “A gente sabe que se as etapas, especialmente a questão do branqueamento, não vamos ter laudos insatisfatórios”, frisou a Camila. “Com esse levantamento o que a gente espera é que os vendedores de açaí se atentem para os cuidados, porque a Vigilância Sanitária fará a interdição dos locais que não estiverem cumprindo as normas, porque aqueles que não têm o comprometimento com a saúde pública, não devem ficar no mercado”, completou.
O branqueamento é fundamental para evitar a proliferação de microrganismos, como Salmonella sp, coliformes fecais e Trypanossoma cruzi, causador da doença de chagas.
O Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, esteve na reunião e declarou que o resultado dos laudos são preocupantes. “Falo não só como prefeito, mas como assíduo tomador de açaí. A gente precisa agora, juntos, corrigir os problemas para beneficiar o usuário. Todas as etapas de higienização são muito importantes. Quero reforçar a questão do selo, onde a gente precisa é ampliar o número de locais com ele, e não reduzir. Faremos uma parceria com o Estado, para fazermos um grande levantamento de fiscalização, de laudo, de presença em estabelecimentos com selo e sem selo, para estimular aqueles que têm [o selo] a continuar com ele, e os que não têm, a conquistar”.
“Este resultado não apontou que tem locais na periferia, mais simples, mas que estão fazendo o processo correto. Ou seja, é possível fazer a forma adequada. Isso é bom para o ponto de vista comercial e de saúde pública. Este será um grande mutirão em favor do negócio de vocês e em favor daquilo que nos representa internacionalmente, que é o açaí”, destacou o prefeito.
Inicialmente as equipes de Vigilância Sanitária farão a orientação aos estabelecimentos, caso não haja o cumprimentos das normas, os locais serão fechados, e aqueles que possuem o selo, perderão.
Zenaldo aproveitou a oportunidade para homenagear alguns dos estabelecimentos que estão tendo as melhores práticas, sendo eles: Açaí do Gigante; Açaí do Edson; Açaí Tropical; Açaí da Nena; Açaí do Gugu; Açaí Mendara; Açaí do Zeca I; Líder Supermercados; Açaí Nativo; Sabor Açaí do Pará; Açaí do Heron e Açaí Tropical.
Para o vendedor de açaí, Edson Calandrini, que foi um dos donos de estabelecimentos que recebeu o título de reconhecimento pela qualidade do produto, a homenagem veio para somar e incentivar a fazer o manejo cada vez melhor. “Há mais de 20 anos trabalho com a comercialização do açaí, e com estas aulas que são ofertadas na Casa do Açaí eu pude aperfeiçoar meu trabalho e o da minha equipe, que são fundamentais para essa conquista. Fico feliz por saber que o produto que eu vendo e também consumo, é de qualidade. Este certificado vai ficar junto com o selo [Açaí Bom] na parede do meu estabelecimento, para que todos possam ver”, disse.
Açaí Bom - O selo é uma das garantias de que o batedor de açaí está cumprindo as boas práticas de manipulação. O selo é um sinalizador de que o produto que está sendo vendido, está dentro dos padrões da vigilância sanitária, visto que ele só é concedido aos estabelecimentos que tiverem a licença de funcionamento e atenderem ao Decreto Estadual 326/2012, que estabelece requisitos higiênico-sanitários para a manipulação do açaí, como o branqueamento.
Participaram ainda da reunião, o Secretário Municipal de Saúde, Sérgio Amorim e o presidente da Avabel, Carlos Noronha.