Pesquisa de comunidades quilombolas do Pará será apresentada em conferência do Google, nos Estados Unidos



A apresentação é fruto de um trabalho desenvolvido pela Equipe de Conservação da Amazônia, da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombola do Município de Oriximiná e do próprio Google, com apoio da USAID, usando a tecnologia para mapear e mostrar a realidade de povos tradicionais

O Brasil e sua diversidade étnica estarão representados no encontro internacional Geo For Good, promovido pelo Google, em Sunnyvale (Califórnia) até o dia 4 de outubro. O diretor da Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), Vasco Van Roosmalen, e uma comitiva de especialistas da entidade vão apresentar o trabalho realizado com quilombolas da região da Calha Norte, no Pará, que levantou dados socioeconômicos usando plataformas ODK e Google Earth.

Desde 2015 a entidade começou a desenvolver os trabalhos, como parte do Projeto Novas Tecnologias e Povos Tradicionais, e tem ajudado os grupos quilombolas no desenvolvimento de seus planos de vida, parte importante do processo de titulação de terras. Para se ter uma ideia, recentemente os Territórios Alto Trombetas 1 e 2 foram reconhecidos e declarados pelo governo federal. O grande destaque da pesquisa realizada é que o grupo da ECAM levou a metodologia para que os próprios quilombolas fizessem os levantamentos conforme os reais interesses e necessidades da comunidade. A apresentação conta com a participação inclusive dos quilombolas Claudinete Colé e Rogério Pereira, lideranças na Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombola do Município de Oriximiná (ARQMO).

O encontro é destinado a especialistas em mapeamento e tecnologia de grupos sem fins lucrativos, que atuam em comunidades tradicionais pelo mundo. Foram selecionados poucos participantes, que passaram por rigoroso processo seletivo.

“É uma grande conquista levar a voz dos povos tradicionais da Amazônia para ser repercutida no mundo. Ao mesmo tempo que é um paradoxo unir tecnologia com as raízes étnicas do Brasil, é exatamente assim, unindo a história do país com o futuro, que podem ser vistos, ouvidos e atendidos no presente, garantindo a preservação e a perpetuação de seus costumes, tradições, valores e cultura”, destaca Vasco Van Roosmalen, da Ecam.

O trabalho também e implementado em parceria com o Programa Territórios Sustentáveis que e implementado pela Ecam, Imazon e Agenda Publica com apoio da Mineração Rio do Norte (MRN) e a USAID.