Exposição excessiva ao sol e/ou sem
proteção é prejuízo certo para a saúde, mas são hábitos fazem parte da rotina
de metade da população do Brasil. 106 milhões de brasileiros se expõem ao sol
de maneira intencional e inadequada nas atividades de lazer. E 95 milhões de
pessoas não se protegem do sol regularmente. Proteção inclui filtro solar,
chapéu e roupas específicas. As informações são da Sociedade Brasileira de
Dermatologia – SBD.
Não é à toa que o tipo de câncer de
maior incidência no Brasil continua sendo o câncer de pele não melanoma,
segundo o Instituto Nacional do Câncer. De acordo com o INCA, o Brasil deverá
registrar neste ano 600 mil novos casos de câncer, sendo 165 mil casos de
câncer de pele não melanoma, o que corresponde a cerca de 30% do total
estimado. A doença não escolhe sexo. Serão cerca de 80 mil homens e 85 mil
mulheres. Na região Norte, a previsão é de cerca de 4.300 casos diagnosticados
em 2018.
A campanha Dezembro Laranja foi criada
para estimular a população a se prevenir. Ou seja, a tomar medidas que podem
evitar a doença ou garantir o diagnóstico precoce. O objetivo é mostrar os
perigos da exposição ao sol sem controle, ou seja, sem a proteção adequada à radiação solar. Apesar de a pele
ser o maior órgão do corpo humano, são poucos aqueles que preocupam-se com a
incidência dos raios de sol. “Filtro solar é essencial para pessoas de pele
clara, especialmente quando expostas ao sol por um tempo mais prolongado, mas
as pessoas de pele mais escura devem se proteger também”, explica a oncologista
clínica Paula Sampaio, do Centro de Tratamento Oncológico.
Câncer de Pele - Esse tipo de câncer
resulta de um crescimento anormal e descontrolado de células da pele. Existem
dois tipos de câncer de pele, os não-melanomas e os melanomas. Os não-melanomas
representam 94% do total dos casos de câncer de pele. Ambos acontecem quando há
exposição crônica ao sol. “O câncer de pele do tipo não-melanoma tem uma
incidência alta, mas se tratado precocemente o percentual de cura também é
alto” explica a oncologista. Ela alerta ainda que a maioria dos tumores de pele
são benignos. “Mas mesmo quando benignos servem como um sinal de preocupação e
devem ser tratados com um especialista”, acrescenta.
Já o melanoma é um tipo menos frequente,
tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. “A gravidade do
melanoma se dá quando acontece o diagnóstico tardio. Com o diagnóstico precoce,
90% dos tumores de pele são curáveis”, esclarece a oncologista clínica Paula Sampaio.
Prevenção - O câncer de pele é mais
comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e
negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores.
Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças
cutâneas prévias são as principais vítimas.
Como prevenção, a dica principal é se
proteger do sol com chapéu, camiseta, óculos e filtro solar, principalmente
entre 10h e 16h. O cuidado também deve ser mantido em dias nublados. “O
recomendado é usar filtro solar com fator de proteção (FPS) igual ou superior a
30, espalhando bem pelo corpo todo, pelo menos 20 minutos antes da exposição ao
sol”, diz a oncologista Paula Sampaio.
Assim como o sol, o autoexame da pele
também deve fazer parte da nossa rotina. Em frente ao espelho, é importante
observar se não há pintas, manchas ou sinais no corpo que estão se modificando.
Machucados na superfície na pele que não cicatrizam ou sangram com facilidade também
são sinais de que você deve procurar um dermatologista.