"Não tenho como agradecer à pessoa
que salvou a minha filha. Por causa da doação de sangue que ela está viva
hoje". Foi assim que a doméstica Claudinete Lopes resumiu o que tem
vivenciado com a filha caçula há quase 30 dias. Internada no Hospital Regional
do Sudeste do Pará - Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá (PA), a pequena Maria
Cecília é uma das pacientes da Unidade que precisaram de transfusão sanguínea
neste mês para continuar o tratamento. A exemplo dela, boa parte desses
usuários são as crianças atendidas nas Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica
e Neonatal. No ano passado, as crianças representaram 42,5% das 2.083
transfusões realizadas no hospital e, nos dois primeiros meses de 2019,
passaram dos 33%.
O índice se deve, principalmente, à
frequência dos casos de anemia nas crianças, ao grande volume de procedimentos
cirúrgicos realizados nas UTIs e ao fato de que, comparado a um bebê a termo, o
prematuro precisa de um tempo maior para iniciar o processo de metabolismo do
sangue que o permitirá produzir as próprias células sanguíneas.
Segundo o biomédico da Agência
Transfusional do HRSP, Gustavo Ramos, no Brasil, ainda é comum as pessoas
começarem a doar sangue somente depois que alguém próximo necessita de
transfusão ou doar apenas nessa situação. "Menos de 2% da população
brasileira é doadora de sangue, sendo que a Organização das Nações Unidas
considera ideal a taxa entre 3% a 5%. Precisamos avançar nesse sentido,
desmistificar a doação e sensibilizar a sociedade para essa causa tão
nobre", disse o colaborador.
A mobilização também é uma preparação
para a 35ª Campanha de Doação de Sangue do HRSP, que ocorrerá entre os dias 25
e 29 de março. As doações poderão ser feitas em dois postos de coleta: de 25 a
29, no Hemopa Marabá, das 7h às 12h30, e no dia 26/3, no Hospital Regional, das
8h às 16h30.