Universitários: longe de casa e perto do diploma: leia e ouça




O universitário Jonatan Chaves, de 21 anos, acorda quando ainda o céu está escuro. Liga o rádio, sua paixão, toma banho, faz o café, se arruma, pega a mochila e dá um beijo em sua vó paterna antes de sair de casa. Moram apenas os dois numa humilde residência no município de Barcarena, distante 36 km, da capital Belém do Pará. A pressa é para chegar a tempo de pegar o barco para atravessar o rio Acará. Ele precisa entrar na cota de dez por cento da gratuidade da passagem oferecida pelas empresas de transporte e garantir sua viagem. Isso, de segunda a sexta-feira. Aliás, são mais de 2700 alunos que disputam as poucas vagas dessas embarcações que levam até Belém. Chegar atrasado na Universidade é comum, como revela Jonatan Chaves


Quando chega no Porto, em Belém, começa outra maratona. Jonatan pega o ônibus rumo a Universidade. No percurso, ele lembra de tudo que já passou em sua vida. Tenta resistir até o fim. Após as aulas do curso de Comunicação Social, é hora de ir para o estágio de jornalismo numa emissora de rádio em Belém. Já no final da tarde, volta para Barcarena. O cansaço bate forte.

Confira a reportagem completa.



Direto da Africa

Se atravessar um rio já é uma missão difícil, imagina para quem atravessou o Atlântico para estudar numa universidade em Belém. Este é o caso da universitária Márcia Soraya, de 21 anos, que deixou seu pequeno país, São Tomé e Príncipe, na África para se dedicar aos estudos do ensino superior. Veio para Belém por meio de um intercâmbio para estudar enfermagem. Sua vida na África não era sofrida. Pelo contrário, seus pais têm boas condições financeiras. Mesmo assim, resolveu arriscar em um novo país.

Mas, apesar da proximidade da língua, Soraia enfrenta algumas barreiras para assistir as aulas na Universidade. Nada que atrapalhe seu objetivo. Mas, por que a africana Márcia Soraia e o barcarenense Jonatan Chaves não buscaram o ensino à distância para evitar todo esse sacrifício? O futuro jornalista disse que prefere as aulas presenciais, mesmo realizando todo esse esforço diário. Soraia veio também em busca de novas oportunidades, que não teriam com o ensino à distância.

* Reportagem Celso Freire