No estado do Pará, o Hospital Regional
do Sudeste do Pará - Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá (PA), e o Hospital
Materno-Infantil de Barcarena - Dra Anna Turan (HMIB) incluem, como recurso
terapêutico, as sessões de banho de ofurô para os bebês. A prática consiste em
imergir o bebê até o ombro com água morna dentro de um balde.
O procedimento é aplicado nas duas
unidades hospitalares do Governo do Pará, gerenciadas pela Pró-Saúde Associação
Beneficente de Assistência Social e Hospitalar. A técnica auxilia da adaptação
extrauterina, pois o espaço, o posicionamento do bebê e a água proporcionam ao
recém-nascido sensações de relaxamento e analgesia. O banho de balde é
recomendado a partir do nascimento até seis meses, podendo variar de acordo com
cada caso, além disso, pode tranquilizar, acalmar e, até mesmo, aliviar algumas
dores.
Barcarena
O banho de ofurô é realizado com bebês
que atendem os critérios de inclusão, como ter um peso acima de 1.500g, pele
íntegra, sem acessos ou periféricos junto ao corpo. No Hospital
Materno-Infantil são realizados banhos diários, além de um curso mensal voltado
aos pais, para aprenderem a técnica e praticarem com mais segurança, após a
alta hospitalar.
No HMIB, a prática é associada à
mobilização subaquática, utilizando as propriedades da água aquecida, com cinco
técnicas do método Watsu: Quieto, Dança da respiração, Ninar do Coração,
Liberando a coluna e Encerramento. O Watsu foi uma metodologia desenvolvida em
1997 na Holanda, por obstetras e enfermeiros para simular os estímulos e as
sensações experimentadas no útero materno.
Segundo a coordenadora de fisioterapia
da unidade, Grace de Melo, as técnicas ajudam na redução do estresse, perda de
peso, tempo de internação e, consequentemente, favorecerem o melhor desfecho dos
cuidados neonatais. Além de fortalecer o vínculo profissional da saúde com a
família, e da mãe com o bebê.
“O banho de ofurô não tem
contraindicação e oferece diversos benefícios ao bebê, além disso, é capaz,
inclusive, de resolver problemas com insônias, dificuldades intestinais e até
cólicas mais severas. Ao mesmo tempo, traz a sensação de aconchego e segurança.
As técnicas aplicadas auxiliam principalmente na mecânica respiratória, por
isso, muito bebês dormem, tranquilamente, após o banho”, afirma.
Marabá
No Hospital Regional do Sudeste do Pará,
o banho de ofurô é mais uma das estratégias de humanização do parto, realizada
regularmente na unidade, e oferecido a todos os recém-nascidos clinicamente
estáveis, inclusive aos prematuros. "É um banho com o propósito de
relaxamento, e não de higiene. A limpeza da criança é feita antes, com um
paninho. Principalmente para os prematuros, o banho de fricção pode ser até
mesmo dolorido”, explica Lorena Monteiro responsável pela UTI Pediátrica e
Neonatal do HRSP.
Após a alta hospitalar os pais podem
seguir realizando em casa a técnica, que é indicada pelo Ministério da Saúde.
Eles são orientados pelo corpo clínico a terem todo o cuidado para evitar
acidentes, proporcionando assim o relaxamento adequado ao seu bebê.
"Muitos bebês mantêm o choro em
suas primeiras horas de vida, choram muito e param, um ciclo repetitivo, é como
se eles estivessem enfrentando ainda o trabalho de parto, nem o colo da mãe os
acalma. O banho nesse momento é uma ferramenta poderosa para
tranquilizá-lo" reitera Lorena.