O Dia Mundial de Combate ao Câncer - 8
de Abril - é uma data que deve servir de alerta. São 625 mil casos novos da
doença a cada ano no Brasil - 450 mil ser não forem incluídos os casos de
câncer de pele não melanoma -, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer
José Alencar Gomes da Silva (Inca). A enfermidade está entre as quatro
principais causas de mortes antes dos 70 anos em vários países, e é considerada
a segunda doença que mais mata no planeta pela Organização Mundial de Saúde
(OMS).
O Pará deve registrar 9.250 novos casos
de câncer até o final de 2020, sendo que os tipos com maior incidência serão os
de pele não melanoma, de baixa mortalidade, que deverá atingir cerca de 760
homens e 900 mulheres, seguido dos cânceres de próstata (930 casos), mama
(780), colo de útero (780) e estômago, este com 560 casos novos em homens e 300
em mulheres. Os dados do Inca consideram sexo, localização primária e taxas
brutas de incidência para cada 100 mil habitantes.
O câncer é uma doença degenerativa
resultante do acúmulo de lesões no material genético celular, que induz o
processo de crescimento, reprodução e dispersão anormal das células. Alguns
fatores contribuem para o aumento da incidência e mortalidade por câncer, como
envelhecimento, crescimento populacional e mudança na distribuição e na
prevalência dos fatores de risco, especialmente os associados ao
desenvolvimento socioeconômico, alerta o Instituto.
A adoção de medidas preventivas pela
população ajudaria a reduzir sensivelmente a incidência da doença, já que a
maioria dos cânceres está associada a exposições ambientais e ao estilo de
vida. As orientações para reduzir a ocorrência dos principais cânceres que
afetam os paraenses, segundo Celso Fukuda - oncologista do Hospital Ophir
Loyola, referência em oncologia no Estado do Pará - consistem na manutenção de
hábitos e estilo de vida saudáveis.
O especialista ressalta a importância da
atividade física regular e de uma alimentação baseada em frutas, verduras e
alimentos frescos, além da realização dos exames de rastreamento para os
cânceres de próstata e colo de útero. "Além desses fatores, deve-se evitar
o tabagismo e o consumo elevado de bebidas alcoólicas. As infecções crônicas
por vírus, como hepatite B e HPV, obesidade, radiação e exposição a substâncias
químicas também são outras causas do aumento do câncer", acrescenta.
Celso Fukuda diz ainda que, apesar de o
câncer de pele não melanoma apresentar uma alta incidência, o tratamento é
cirúrgico e de efeito estético. "O uso de filtro solar é muito importante.
O ideal é escolher um com fator de proteção acima de 30 e fazer a reaplicação,
a cada duas horas, e evitar a exposição solar prolongada, principalmente entre
10 e 16 h", informa.
Diagnóstico - O tratamento do câncer de
uma forma geral pode ser realizado com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.
O acompanhamento pode durar anos. Mas o que muitas pessoas não sabem é como ter
acesso ao diagnóstico e ao tratamento.
Para ter acesso à assistência, o usuário
deve ir à Unidade Básica de Saúde para ser avaliado por um clínico e, de acordo
com o protocolo de acesso em casos que não precise de biópsia, é solicitada a
consulta de primeira vez num Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon)
ou Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).
O usuário pode ainda ser encaminhado a
unidades de média complexidade para consulta com especialista e realizar exames
especializados, como a biópsia. Em caso de constatação de neoplasia maligna, a
própria Unidade de Saúde agenda uma consulta pelo Sistema de Regulação, para a
Central Estadual de Regulação, que autoriza a consulta na Unacon ou no Hospital
Ophir Loyola (HOL).