Um projeto sustentável, desenvolvido
para garantir a integração entre a educação, o desenvolvimento econômico e os
mecanismos de manutenção ecológicos. Esse é o Parque Zoológico da UNAMA –
ZOOUNAMA, fundado em 2008, pelo Centro Universitário da Amazônia, diante da
necessidade de receber, tratar e abrigar animais da fauna amazônica, oriundos
de apreensões realizadas por órgãos ambientais. Nos últimos quatro anos, o
zoológico reintroduziu mais de 500 animais silvestres à natureza.
Localizado no município de Santarém, no
Pará, dentro de um fragmento florestal - que são pequenas áreas secundárias,
com características conservadas de fauna amazônica - o ZOOUNAMA integra uma
área de aproximadamente 149 hectares de corredor ecológico cortado pelo
principal canal fluvial estreito da cidade (o igarapé do Irurá, responsável
pelo abastecimento de água em várias comunidades, sendo também um afluente do
Rio Tapajós).
No zoológico são promovidas ações
ambientais, pesquisas científicas, visitação de escolas da rede municipal,
intercâmbios internacionais e, principalmente, a recuperação e reinserção na
natureza de animais vítimas do tráfico. “O trabalho que realizamos no zoológico
é diário e conta com uma equipe especializada para exercer as funções de
logística com os animais. É importante destacarmos que o espaço vai além da
área de lazer e recreação para visitantes. No ZOOUNAMA, nós desenvolvemos
projetos de soltura junto aos órgãos competentes, estudamos qual o local mais
apropriado para essa reinserção dos animais na natureza e também incentivamos
pesquisas com os acadêmicos da Universidade”, frisa a administradora do
zoológico, Mary Carvalho.
Estudantes do curso de medicina
veterinária participam das coletas de amostras de sangue em tartarugas que
chegam feridas para procedimentos de exames de hemograma e pesquisa de
hemogregarinas. O Projeto também conta com o apoio do Laboratório de Pesquisas
Zoológicas (LPZ), que fica nas instalações da UNAMA. Nele, são realizadas
extrações de veneno de cobras e outros animais peçonhentos comuns na região
Atualmente, médicos veterinários e
biólogos do zoológico realizam, na região amazônica, um trabalho voltado para a
reabilitação de 191 animais entre aves, mamíferos e répteis. Os profissionais
identificam, diariamente, patologias nos animais silvestres, observando seus
quadros clínicos e usando métodos adequados para a prevenção de doenças, além
de uma avaliação nutricional das espécies. Animais sequelados, seja pelo tráfico,
caça predatória ou até mesmo de queimadas, ficam nos recintos adaptados,
obedecendo as normas requeridas pelo Ibama. De acordo com a administração do
zoológico, em 2019 foram construídos oito novos recintos para onças, jacaré e
araras.
Segundo Jânyo Diniz, presidente do Ser
Educacional, grupo mantenedor da UNAMA, um dos principais fundamentos que regem
a existência humana na terra é a preservação da natureza. "Criar uma
corrente de atitudes que desencadeiem a sustentabilidade, a preservação da fauna,
o desenvolvimento de programas que estimulem a população a conservar florestas
e recursos naturais, é essencial para uma sociedade melhor. Nesse sentido, a
Universidade se tornou uma peça fundamental e reconhecida em todo o Estado do
Pará quando se fala em preservação da fauna silvestre e disseminação da
educação ambiental", afirma.
Soltura
A ação de soltura é muito benéfica às
espécies, porque se trata de animais com estado de saúde atestado por
veterinários do zoológico, especialmente nos primeiros cuidados e avaliações
clínicas. O procedimento não pode ser feito de qualquer forma, há todo um
estudo prévio junto aos órgãos competentes como Secretaria Municipal e Estadual
de Meio Ambiente (Semma/Semas), Instituto Chico Mendes Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos
Naturais (Ibama), para identificação das espécies que residem em determinado
local, quais os principais predadores e presas. O objetivo é oferecer condições
adequadas para que os animais reintroduzidos e sejam capazes de se manter no
local sem interferência.
Geralmente, os locais de soltura são em
comunidades de rios que trabalham com a preservação ambiental ou na Floresta
Nacional do Tapajós – Flona, localizada município de Belterra, na Rodovia
BR-163. A floresta é uma unidade de conservação criada em 1974 pelo Governo
Federal, com uma área aproximadamente 527.000 hectares.